Construindo a Sociedade Futura
Há uma alegoria sobre amigos que se perderam no deserto, famintos e sedentos. Um deles encontrou uma povoação repleta de abundância e de todos os deleites. Lembrou-se dos seus irmãos desamparados, mas já se tinha afastado demasiado deles e não sabia o seu lugar. O que fez? Começou a gritar bem alto e a tocar o shofar; talvez os seus amigos pobres e famintos ouvissem a sua voz, se aproximassem e chegassem àquela povoação abundante, repleta de todas as delícias.
Assim é o caso diante de nós: estivemos perdidos num deserto terrível, juntamente com toda a humanidade, e agora encontramos um tesouro grandioso e abundante, nomeadamente os livros da Cabala no tesouro. Eles satisfazem as nossas almas sedentas e preenchem-nos abundantemente com plenitude e harmonia; ficamos saciados e ainda há mais.
No entanto, a recordação dos nossos amigos, que ficaram desesperançados no terrível deserto, permanece profundamente gravada nos nossos corações. A distância é grande, e as palavras não podem construir uma ponte entre nós. Por essa razão, erguemos este shofar para tocar bem alto, para que os nossos irmãos possam ouvir, aproximar-se e ser tão felizes quanto nós.
Devem saber, nossos irmãos, da nossa própria carne, que a essência da sabedoria da Cabala reside no conhecimento de como o mundo desceu do seu estado elevado e celestial até à nossa condição ignóbil. Esta realidade era necessária, pois "o fim de um assunto está no pensamento preliminar", e o Seu pensamento age de imediato, pois Ele não necessita de ferramentas práticas, como nós. Assim, fomos emanados no Infinito em absoluta perfeição desde o início e descemos até este mundo, ou seja, no pensamento do Criador de fazer o bem às Suas criaturas.
Por isso, é muito fácil encontrar, dentro da sabedoria da Cabala, todas as correções futuras que nos aguardam, pois estas provêm dos mundos perfeitos que nos precederam. Através dela, sabemos como corrigir os nossos caminhos daqui em diante. O mérito do homem sobre o animal reside no facto de que o espírito do animal apenas desce, ou seja, ele apenas vê o que está diante de si e não possui intelecto ou sabedoria para olhar para trás e corrigir o futuro.
O mérito do homem sobre o animal é que o espírito do homem ascende ao passado. O homem olha para trás, tal como se olha para um espelho e se vê os próprios defeitos, para assim os corrigir. Da mesma forma, o intelecto contempla o que passou e ajusta a sua conduta futura.
Por isso, os animais não evoluem; eles estão parados, no mesmo estado em que foram criados, pois não possuem, como o homem, esse espelho que lhes permite ver e corrigir, evoluindo gradualmente. O homem, por outro lado, desenvolve-se dia após dia, até que o seu mérito se consolide e se torne perceptível. No entanto, isto refere-se apenas aos aspectos naturais e superficiais da vida, ou seja, ao mundo que nos rodeia, ao sustento e aos assuntos materiais. Para isso, o intelecto natural é suficiente.
Todavia, internamente, em nós próprios, embora haja algum progresso, este acontece ao ser empurrado por trás através de sofrimento e derramamento de sangue. E isto acontece pois falta-nos um meio através do qual possamos obter um espelho que nos permita ver dentro do homem, como existia nas gerações anteriores.
Isto aplica-se ainda mais ao interior das almas e dos mundos e à forma como estes chegaram a uma ruína tão terrível como a que testemunhamos hoje. A destruição é tão vasta que já nem temos segurança nas nossas vidas. No futuro próximo, seremos alvo de todo o tipo de massacres e mortes, e todos reconhecem que não possuem qualquer conselho para os evitar.
Imaginemos, por exemplo, que hoje se encontrasse um livro histórico que descrevesse as últimas gerações, daqui a dezenas de mil anos, descrevendo o comportamento tanto dos indivíduos como da sociedade. Os líderes estudariam esse livro para organizar a vida presente de acordo com essas instruções, e assim chegaríamos a um estado de "nenhum clamor nas nossas ruas". A corrupção e o sofrimento terrível cessariam, e tudo encontraria o seu lugar de forma pacífica.
Agora, caros leitores, esse livro já existe. Está diante de vós, guardado num armário. Ele declara, de forma explícita, toda a sabedoria da governação e da conduta da vida privada e pública que existirá no fim dos tempos. Esse livro é a Cabala, onde os mundos corrigidos estão descritos. Eles surgiram perfeitos, como se diz, pois a perfeição emerge primeiro do Criador, depois corrigimos a criação, até atingirmos a perfeição completa e duradoura no Mundo Superior.
Isto deriva do Criador, pois "o fim de um assunto está no pensamento inicial". Porque o incompleto expande-se gradualmente a partir do completo, e não de forma instantânea, e como não há ausência no espiritual, tudo permanece existente e descrito, em forma e imagem perfeitas, tanto no particular como no geral, na sabedoria da Cabala.
Abri estes livros e encontrareis neles toda a boa conduta que vai aparecer no fim dos dias, bem como os ensinamentos que nos permitirão organizar também a vida quotidiana de hoje. Podemos examinar a história e, com isso, corrigir o futuro.
Vi tudo isto e já não posso mais conter-me. Decidi revelar as condutas da correção do nosso futuro inevitável, que encontrei através da observação e do estudo destes livros. Resolvi sair ao encontro das nações do mundo com este shofar, e acredito e estimo que isto será suficiente para reunir todos aqueles que são dignos de começar a estudar e a aprofundar-se nestes livros. Desta forma, eles vão sentenciar-se a si próprios e ao mundo inteiro ao lado do mérito.
A Absoluta Necessidade de Aceitar o Trabalho de Deus
Já dissemos que a natureza impõe à espécie humana a necessidade de levar uma vida social. Isto é evidente. No entanto, devemos examinar os mandamentos que a natureza nos obriga a cumprir como consequência desse estado, ou seja, da vida em sociedade.
De um modo geral, há apenas dois mandamentos que devemos cumprir no contexto social. Podemos defini-los pelos termos "recepção" e "doação". Isto significa que cada indivíduo está naturalmente obrigado a receber da sociedade tudo o que necessita para a sua subsistência e, ao mesmo tempo, a beneficiar a sociedade através do seu trabalho. Se alguém violar qualquer um destes dois mandamentos, será castigado sem piedade.
O mandamento da recepção exige pouca atenção, pois a punição pela sua negligência ocorre de imediato. Por isso, jamais o vamos ignorar. No entanto, a punição pela negligência do segundo mandamento, o da doação à Sociedade, não é recolhido instantaneamente. Ao invés, chega-nos de forma indireta.
Como resultado, este mandamento não é cumprido como deveria, e por isso a humanidade está a ser frita numa panela horrenda, e a fome, a ruína e os seus resultados não cessaram até aos dias de hoje. É notável que a natureza, enquanto um juiz competente, nos castiga proporcionalmente ao nosso nível de desenvolvimento. De facto, verificamos que, à medida que a humanidade avança, as dores e sofrimentos que acompanham a nossa existência também aumentam.
Portanto, tem perante Si uma base empírica e científica que demonstra que somos comandados pela Sua orientação superior a cumprir o mandamento da doação ao próximo com toda a nossa alma e coração, com a mais absoluta precisão. Nenhum membro da sociedade deve contribuir menos do que o necessário para garantir o sucesso e a felicidade do coletivo.
Enquanto permanecermos negligentes no cumprimento deste mandamento na sua totalidade, a natureza vai continuar a castigar-nos e a vingar-se de nós. Além das aflições que sofremos atualmente, devemos também considerar a espada afiada que paira sobre nós no futuro. Se formos sábios, vamos tirar a única conclusão possível: a natureza vai acabar por nos vencer, e seremos forçados a cumprir as suas leis na medida exata que nos é exigida.
Ainda assim um antagonista pode argumentar que, até agora, apenas demonstrei que o homem deve servir o próximo, mas onde está a prova prática de a pessoa deve aderir a este mandamento pelo Benefício do Criador? Para isso, a própria história encarregou-se de nos oferecer uma prova incontestável, suficiente para uma avaliação completa e conclusões irrefutáveis.
Podemos ver claramente como uma sociedade tão vasta como o Estado da Rússia, com centenas de milhões de habitantes e um território superior ao de toda a Europa, dotada de recursos naturais quase incomparáveis, decidiu adotar um modelo de vida comunal, abolindo efetivamente a propriedade privada. Cada um deles não tem outra preocupação senão o bem-estar da sociedade, e parecem ter alcançado a virtude da doação ao próximo no seu sentido mais pleno, tanto quanto o intelecto humano pode conceber.
No entanto, vejamos o que aconteceu com eles: onde deveriam ter progredido e superado as nações capitalistas, declinaram cada vez mais. Agora, são incapazes sequer de melhorar a vida dos trabalhadores um pouco mais do que nos países capitalistas. Além disso, não conseguem sequer garantir o pão diário e cobrir a própria carne. De facto, esta é uma realidade desconcertante, pois, considerando a riqueza deste país e a imensidão da sua população, seria de esperar que tal situação não ocorresse.
Contudo, há um pecado que esta nação cometeu, pelo qual o Criador não vai perdoar: todo este trabalho precioso e sublime de doação ao próximo que empreenderam deveria ter sido realizado pelo Benefício do Criador, e não pelo Benefício da humanidade. Assim, por não o fazerem em Seu Nome, a própria natureza priva-os do direito de existir.
Imagine se cada pessoa nesta sociedade estivesse tão ansiosa por cumprir o mandamento do Criador em toda a plenitude das palavras: "E vais amar o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças." Imagine também que, nessa medida, cada um estivesse atento e pronto para satisfazer as necessidades e desejos dos seus amigos com a mesma dedicação com que naturalmente se esforça por satisfazer os próprios desejos, conforme está escrito: "Ama o teu próximo como a ti próprio."
Se o Criador fosse o propósito de cada trabalhador no seu esforço pelo bem comum, e se cada um esperasse alcançar a adesão ao Criador, a Fonte de toda a verdade, bondade, prazer e gentileza, então, sem dúvida, em poucos anos superariam em riqueza todas as nações do mundo juntas. Conseguiriam aproveitar plenamente os recursos da sua terra fértil e seriam um exemplo para todas as nações, sendo considerados abençoados pelo Criador.
No entanto, quando todo o trabalho de doação ao próximo se baseia apenas no bem-estar da sociedade, essa fundação é frágil e instável, pois quem e o quê vai impulsionar o indivíduo a esforçar-se pelo coletivo? É impossível esperar que um princípio árido e desprovido de vida possa gerar uma força motivadora. Se isto já é verdade para indivíduos mais desenvolvidos, quanto mais para aqueles menos evoluídos!
Assim, estamos perante a seguinte questão: de onde vai tirar o agricultor ou o operário a força motivadora para se empenhar no trabalho, se a medida do seu sustento diário não aumentar nem diminuir em função do seu esforço, e se diante dele não houver qualquer recompensa ou pagamento? (Força motivadora: um impulso, um propósito. É a força operante que coloca qualquer corpo em movimento e lhe fornece a porção de energia necessária para o trabalho, tal como o combustível num mecanismo.)
É sabido pelos cientistas naturais que ninguém faz sequer o menor movimento sem uma força motivadora, ou seja, sem obter algum benefício para si próprio. Por exemplo, quando alguém move a mão da cadeira para a mesa, fá-lo apenas porque pensa que vai obter maior satisfação ao deixar a mão sobre a mesa. Caso contrário, deixá-la-ia imóvel sobre a cadeira durante toda a sua vida; quanto mais se for um esforço ainda maior.
E se disser que esta questão pode ser resolvida colocando supervisores sobre os trabalhadores, para punir os que forem negligentes retirando-lhes o seu sustento diário, então pergunto: "Diga-me, de onde vão tirar os próprios supervisores a força motivadora para trabalhar?" Afinal, permanecer imóvel a vigiar os outros e a impulsioná-los ao trabalho também é um esforço árduo, talvez até maior do que o próprio trabalho! Assim, seria como tentar pôr uma máquina a funcionar sem lhe fornecer combustível.
Por isso, estão inevitavelmente condenados à ruína. As leis da natureza vão puni-los, pois não se adaptam a cumprir os seus mandamentos, ou seja, a realizar atos de doação ao próximo em nome do Criador, guardá-los e, através deles, alcançar o propósito da criação, nomeadamente a adesão com Ele.
Já foi explicado que esta adesão traz ao trabalhador um prazer cada vez mais abundante, na medida desejada para a ascensão no reconhecimento da Sua verdade. Esse desenvolvimento prossegue até que se alcance o grande esplendor contido nas palavras: "Nenhum olho viu um Deus, além de Ti."
Imagine se o trabalhador e o agricultor tivessem este objectivo diante dos olhos enquanto trabalham pelo bem-estar da sociedade. Certamente não precisariam de supervisores, pois teriam força motivadora suficiente para realizar grandes esforços, capazes de elevar a sociedade a um estado de exaltação sublime.
Embora seja verdade que compreender esta questão desta forma exige grande discernimento e uma ordem confiável, também é evidente que, do ponto de vista da natureza rigorosa e inflexível, estas sociedades não têm direito à existência. Isto foi o que queria demonstrar aqui.
Assim, ficou claramente provado, tanto do ponto de vista da razão empírica como através da própria história que se desenrola diante dos nossos olhos, que não há remédio para a humanidade senão aceitar sobre si o mandamento da providência: a doação ao próximo para trazer contentamento ao Criador.
Isto deve ser feito no espírito dos dois versículos: "Ama o teu próximo como a ti próprio", ou seja, a medida do esforço para doar ao outro pelo bem-estar da sociedade não deve ser menor do que a medida natural com que cada um se preocupa consigo próprio. Mais ainda, deve colocar-se as necessidades do outro acima das suas próprias.
O segundo versículo é: “E amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força.” Este deve ser o propósito que a pessoa tem diante dos olhos ao esforçar-se pelo seu amigo. Significa que age e se empenha apenas para ser amado pelo Criador, como se diz: e cumprem a Sua vontade.
“Se quiserem e ouvirem, vão comer o bem da terra”, pois deixará de haver pobres, e não mais existirá na terra torturado e explorado; a alegria de cada pessoa vai elevar-se incessantemente, para além de qualquer medida ou limitação.
No entanto, enquanto ainda recusarem e não desejarem entrar no pacto do trabalho do Criador na sua plenitude, como foi explicado, a natureza e as suas leis estarão prontas para se vingar. Não nos vão deixar, como demonstrámos claramente, até que nos derrotem e aceitemos a sua autoridade em tudo o que nos ordenam.
Assim, apresentei-vos uma investigação científica prática, construída segundo a crítica da razão empírica, sobre a necessidade de todas as pessoas assumirem para si o trabalho do Criador com todo o coração, com toda a alma e com toda a força.
Princípios da Sociedade Futura
1) O comunismo é um ideal, ou seja, é moral. O objetivo “trabalhar de acordo com a sua própria capacidade e receber de acordo com as próprias necessidades” é testemunho disso.
2) Toda a moralidade deve ter uma base que a torne necessária; a educação e a opinião pública são fundamentos muito instáveis, e a prova disso é Hitler.
3) Dado que qualquer conceito aceite pela maioria vai acabar por triunfar, é desnecessário dizer que a implementação do comunismo corrigido vai depender da maioria do público. Assim, é necessário estabelecer o nível moral da maioria do público sobre uma base que garanta que o comunismo corrigido nunca se corrompa. O ideal preexistente no ser humano é insuficiente, pois são poucos os que o possuem, e estes são insignificantes em comparação com a maioria da população.
4) A religião é a única base segura para elevar o nível moral do coletivo ao estado de “trabalhar de acordo com a capacidade e receber de acordo com a necessidade moral.”
5) O comunismo deve afastar-se do conceito de “O que é meu é meu, e o que é teu é teu”, que é a regra de Sodoma, e adotar o princípio de “O que é meu é teu, e o que é teu é teu”, ou seja, o altruísmo absoluto. Quando a maioria do público aceitar este princípio na prática, será então o momento de “trabalhar de acordo com a capacidade e receber de acordo com a necessidade.” O sinal disso será que cada um vai trabalhar como se fosse um trabalhador contratado. Assim, enquanto a maioria das pessoas não estiver pronta para doar ao próximo, não se deve estabelecer um regime comunista altruista.
6) É proibido nacionalizar a propriedade antes que o público atinja este nível moral. O coletivo não terá motivação para o trabalho sem um fator moral fiável no público.
7) Se é proibido explorar o próximo, porque haveria de ser permitido a uma nação explorar outras nações? Que ocupação justifica que uma nação desfrute da terra mais do que as outras? Portanto, o comunismo deve ser instituído a nível internacional.
Assim como há indivíduos que, por diligência, acaso ou herança ancestral, foram privilegiados com uma porção maior do que os negligentes, assim também acontece entre as nações. Por que razão, então, a guerra contra os indivíduos haveria de ser maior do que contra as nações?
Ou seja, que privilégio e que direito de posse sobre as matérias-primas da terra tem uma nação em relação a outra? Quem estabeleceu a lei de ocupação, especialmente quando foi alcançada pela força das baionetas e das espadas? Se é injusto que um indivíduo explore outro, porque deveria ser justo que uma nação explore outra?
Em suma, tal como é justo anular a propriedade privada, também é justo fazê-lo entre todas as nações, pois só assim haverá paz na terra. Considerai isto: se a posse e a lei da herança não conferem direito de propriedade ao indivíduo, porque razão o confeririam a uma nação inteira? Assim como deve haver uma divisão justa entre os membros de uma nação, também deve haver uma divisão justa e equitativa a nível internacional das matérias-primas, dos meios de produção e da propriedade acumulada por todas as nações.
Não deve haver diferenças entre negros e brancos, entre civilizados e primitivos, tal como não deve haver entre indivíduos de uma mesma nação. Não deve haver discriminação entre indivíduos, entre nações ou entre todas as nações do mundo. Enquanto existirem diferenças, a guerra não terá fim.
8) O mundo inteiro é uma única família. O quadro do comunismo de acordo com a Torá deve, em última instância, abranger toda a humanidade, garantindo um nível de vida igual para todos. Contudo, o processo em si é gradual. Cada nação cuja maioria aceite estes princípios na prática, e que já tenha sido educada para doar ao próximo e possua uma causa sólida que sirva de motivação, poderá entrar de imediato no quadro do comunismo internacional.
Todas as nações que já tenham sido integradas no comunismo internacional terão padrões de vida iguais. O excedente de uma nação próspera ou diligente vai servir para melhorar as condições das nações mais fracas ou pobres, tanto em matérias-primas como em meios de produção.
9) A forma económica e religiosa que vai garantir o comunismo será a mesma para todas as nações. Isto significa que a estrutura religiosa de todas as nações deve, antes de mais, obrigar os seus membros à doação ao próximo, segundo o princípio “Ama o teu amigo como a ti próprio.”
O objetivo é que os talentosos e afortunados não desfrutem da sociedade mais do que os membros menos favorecidos. Esta será a religião coletiva de todas as nações que vierem a integrar o quadro do comunismo, excluindo apenas os aspetos religiosos que não digam respeito à vida económica.
Nos demais aspetos da conduta, cada um vai manter a sua própria forma, sem que esta deva ser alterada. Ou seja, à exceção do princípio “Ama o teu amigo como a ti próprio”, cada nação poderá seguir a sua religião e os seus costumes, e ninguém deverá interferir com o outro.
10) As leis do colectivo, iguais para todos, relativas à religião, são as seguintes:
- Cada pessoa deve trabalhar para o bem-estar das pessoas tanto quanto lhe for possível, e ainda mais, se necessário, até que não reste no mundo uma única pessoa faminta ou sedenta.
- Pode-se ser diligente, mas ninguém deverá usufruir da sociedade mais do que os menos favorecidos. O padrão de vida será igual para todas as almas.
- Embora exista religião, devem ser conferidos sinais de honra conforme os princípios religiosos; quanto maior for o benefício que alguém trouxer à sociedade, maior será a distinção que lhe será concedida.
- A recusa em trabalhar com diligência para o benefício da sociedade será punida de acordo com as leis da sociedade.
- Cada um é responsável pelo esforço de elevar constantemente o nível de vida da sociedade mundial, de modo que todas as pessoas do mundo desfrutem da sua existência e sintam cada vez mais felicidade.
- O mesmo se aplica à espiritualidade, embora nem todos sejam obrigados a envolver-se nela, apenas pessoas especiais, dependendo das necessidades.
- Haverá uma espécie de tribunal superior. Aqueles que desejarem dedicar-se ao trabalho espiritual terão de obter permissão desse tribunal.
11) O mundo não deve ser corrigido em assuntos religiosos antes de estar assegurada a correção económica para todo o mundo.
12) Deverá existir um programa detalhado com todas as regras mencionadas acima e com quaisquer outras que sejam necessárias a esse respeito. Qualquer pessoa que entre no quadro do comunismo deve prestar um juramento solene de cumprir tudo isso, pois assim ordenou o Criador. No mínimo, deve comprometer-se a ensinar aos seus filhos que assim ordenou o Criador.
Aqueles que afirmam que o ideal lhes basta devem ser aceites e testados. Se tal se confirmar, poderão ser aceites. No entanto, deverão ainda prometer que não transmitirão os seus caminhos heréticos aos filhos, mas que os entregarão à educação do Estado. Se alguém não aceitar nenhuma destas condições, não deve ser aceite, pois prejudicaria os esforços dos seus companheiros e acabaria por perder mais do que ganhar.
13) Antes de mais, deve ser estabelecida uma pequena comunidade, cuja maioria seja composta por altruístas, segundo os princípios acima. Isso significa que trabalharão com a diligência de trabalhadores contratados, durante dez a doze horas por dia ou mais. Cada um vai trabalhar conforme a sua capacidade e vai receber de acordo com as suas necessidades.
Esta comunidade terá todas as formas de governo de um Estado. Assim, mesmo que a estrutura desta instituição venha a conter todo o mundo e o governo baseado na força bruta seja abolido, nada vai precisar de ser alterado, nem no governo nem no trabalho.
Esta instituição será como um centro global, com nações e Estados a rodeá-la até aos confins da terra. Todos os que entrarem nesta estrutura de comunismo devem ter a mesma agenda e a mesma liderança que o centro. Serão como uma única nação no que toca a lucros, perdas e despesas.
14) É absolutamente proibido a qualquer membro da instituição recorrer a qualquer órgão do regime de força bruta. Todos os conflitos deverão ser resolvidos entre as próprias partes envolvidas. A opinião pública, que vai condenar o egoísmo, vai censurar os culpados por explorarem a retidão dos seus companheiros.
15) O Comunismo Altruísta acabará por anular completamente o regime de força bruta, pois “cada homem fará o que for correto aos seus próprios olhos.” Isto não nos deve surpreender, tal como outrora parecia inacreditável que as crianças pudessem ser educadas apenas através da explicação e não pelo castigo físico. No entanto, hoje, a maioria das pessoas aceita essa ideia e reduz o uso da força na educação infantil.
Isto aplica-se a crianças, que não têm paciência nem conhecimento, com maior razão se vai aplicar a uma sociedade composta por pessoas instruídas e educadas para o altruísmo. Certamente, não vão necessitar de um governo baseado na força. Com efeito, não há nada mais humilhante e degradante para uma pessoa do que estar sob um regime de coerção.
Mesmo os tribunais não serão necessários, salvo em casos excecionais, quando a influência dos vizinhos não for suficiente para corrigir um indivíduo singular. Nessa situação, serão precisos pedagogos especializados, que o reorientem através da argumentação e da explicação dos benefícios da sociedade, até que ele regresse ao bom caminho.
Se alguém persistir na sua teimosia e todos os esforços forem em vão, então a coletividade vai afastar-se dessa pessoa como de um proscrito, até que ela regresse às normas da sociedade. Caso contrário, poderá corromper outros membros da comunidade.
Assim, quando uma sociedade baseada no Comunismo Altruísta for estabelecida, com a maioria dos seus membros a aceitar ativamente estas regras, vão decidir imediatamente que ninguém vai recorrer a tribunais, órgãos governamentais ou qualquer forma de coerção, mas que tudo será resolvido através de persuasão pacífica. Por conseguinte, ninguém será aceite na sociedade antes de ser testado para verificar se possui uma rudez tal que o impeça de ser educado para o altruísmo.
16) É um facto que os judeus são odiados pela maioria das nações e que estas procuram constantemente reduzir o seu número. Isto aplica-se tanto aos religiosos como aos seculares e aos comunistas. Não há outra solução para isto senão introduzir a verdadeira ética altruísta no coração das nações.
17) Se vivesse numa ilha de selvagens que só pudessem ser conduzidos à ordem e à lei através da religião, hesitaria e deixaria que se destruissem uns aos outros? O mesmo se aplica ao altruísmo: todos eles são selvagens e não aceitarão qualquer outro conselho senão através da religião. Quem hesitaria em abandoná-los à sua sorte, permitindo que se destruam uns aos outros com bombas de hidrogénio?
18) Há três fundações para a expansão da fé: 1) Satisfação dos Desejos; 2) Prova; 3) Propaganda.
- Satisfação dos Desejos: Em cada pessoa, mesmo secular, existe uma centelha oculta que exige união com o Criador. Quando desperta, desperta para que a pessoa conheça o Criador ou o negue, que é o mesmo. Ou seja, a negação do Criador também surge dessa centelha, pois sem ela, a pessoa não teria qualquer sentimento relativamente a Deus. Em vez disso, viveria sem qualquer pensamento sobre Ele, seja em termos positivos ou negativos. Se alguém for capaz de satisfazer esse desejo, essa pessoa vai aceitar tudo. A isso deve acrescentar-se a questão da imortalidade da alma, da recompensa no mundo vindouro, da glória individual e da glória da nação, pois tal indivíduo vai tornar-se o orgulho da sua nação.
- Prova: O mundo não pode existir sem isso, e muito menos numa era de bombas atómicas.
- Propaganda: Se conduzida com diligência, pode até substituir a prova. Assim, devem ser designadas pessoas para difundir estas palavras entre o público. Para fins de expansão e circulação, devem ser mencionados o sofrimento, a pobreza, a corrupção e a guerra, bem como as viúvas e os órfãos no mundo que procuram salvação. Não há outro remédio para eles senão o Comunismo Altruísta. Num estado assim, as pessoas não vão sentir tanta dificuldade em dedicar-lhe toda a sua vida, para se salvarem da ruína e de sofrimentos terríveis. E ainda mais os jovens, cujos corações não foram ainda entorpecidos pelas suas próprias falhas. Esses vão certamente apoiar esta ideia com todo o seu coração e alma.
19) Devido ao desejo de posse, é impossível que o Comunismo Altruísta se estabeleça sem que antes surja o Comunismo Egoísta, como já demonstraram todas as sociedades que tentaram instituir o Comunismo Altruísta antes do Marxismo. No entanto, agora que um terço do mundo já assenta os seus princípios num regime comunista de natureza egoísta, é possível começar a estabelecer um Comunismo Altruísta duradouro, baseado numa fundação religiosa.
20) É essencial implementar uma correção tal que ninguém exija as suas necessidades à sociedade. Pelo contrário, vão haver pessoas escolhidas para examinar as necessidades de cada um e providenciar a cada indivíduo aquilo de que realmente precisa. A opinião pública vai denunciar aquele que reivindicar algo para si próprio, tal como, hoje, se condenam os ladrões e os vigaristas.
Assim, os pensamentos de todos vão estar dedicados à doação ao próximo, pois essa é a tendência natural de qualquer edificação que a cultive, mesmo antes de alguém sentir as suas próprias necessidades.
Tudo isto se baseia no facto de que vemos que, no que diz respeito ao consumo, somos como qualquer outro animal. Além disso, todo o ato desprezível no mundo tem a sua origem no consumo. Por outro lado, vemos que todas as boas ações e todos os atos de alegria no mundo provêm da qualidade de doação ao próximo.
Por isso, devemos rejeitar os pensamentos mesquinhos de consumo próprio e preencher os nossos intelectos com pensamentos de doação ao próximo, o que é possível alcançar da maneira acima descrita. Devemos recordar que, se quisermos saltar para cima de uma mesa, devemos preparar-nos para saltar muito mais alto do que a mesa, e assim vamos conseguir aterrar sobre ela. No entanto, se pretendermos saltar apenas à altura da mesa, acabaremos por cair.
21) Sem dúvida, o Comunismo Egoísta não passa de uma etapa no caminho, uma espécie de "De Lo Lishma para Lishma" (de “Não pelo Seu Benefício” para “Pelo Seu Benefício”). Mas eu digo que chegou o tempo da segunda fase, ou seja, do Comunismo Altruísta.
Primeiro, ele deve ser estabelecido num único país, como modelo. Depois disso, os países que se encontram ainda na primeira fase vão certamente aceitá-lo. O tempo é essencial, pois as falhas e a força bruta utilizadas no Comunismo Egoísta afastam a maior parte do mundo civilizado deste método.
Assim, o mundo deve ser introduzido ao comunismo perfeito, e então a maioria dos países civilizados vai aceitar esta via sem dúvida alguma. Há uma grande preocupação de que o imperialismo possa erradicar o comunismo do mundo, mas se o nosso método perfeito for devidamente divulgado, o imperialismo vai acabar certamente como um rei sem exército.
22) É evidente que nenhuma vida social estável e adequada é possível se as controvérsias entre os membros da sociedade não forem resolvidas pela maioria. Daqui se conclui que não pode haver um bom regime numa sociedade a menos que a maioria seja boa. Uma sociedade é considerada boa quando a maioria dos seus membros é boa, e má quando a maioria dos seus membros é má. Como já referi, o comunismo não deve ser estabelecido antes que a maioria das pessoas atue com o desejo de doação.
23) Nenhuma forma de propaganda pode garantir o domínio coercivo sobre as gerações futuras, e nem mesmo a opinião pública ou a edificação vão conseguir assegurar isso, pois enfraquecem naturalmente com o tempo, ao contrário da religião, que se fortalece de forma natural. A experiência mostra-nos que as nações que aceitaram a religião primeiro por coerção e imposição, acabam por aderir voluntariamente na geração seguinte. Mais ainda, dedicam-se e devotam-se a ela com todo o seu ser.
Devemos compreender que, embora os pais tenham adotado o comunismo por serem idealistas, não há garantia de que os seus filhos os sigam neste regime. Escusado será dizer que, se os pais adotaram o comunismo por coerção, como é o modo do Comunismo Egoísta, este não vai perdurar por gerações, mas acabará por ser superado e revogado. Um regime não pode ser imposto exceto através da religião.
24) Quando digo que o regime comunista não deve ser instituído antes de haver uma maioria altruísta, não quero dizer que eles serão idealistas por vontade própria. Significa, antes, que o vão manter por razões religiosas, para além da opinião pública. Esta coerção é uma que vai durar por gerações, pois a religião é o principal fator de compulsão.
25) São mentirosos aqueles que dizem que o idealismo é uma característica natural do ser humano ou um resultado da educação. Pelo contrário, é uma consequência direta da religião. Enquanto a religião não se expandiu tão amplamente pelo mundo, a maioria do mundo era bárbara, sem quaisquer remorsos de consciência.
No entanto, após os trabalhadores de Deus se terem multiplicado, os descendentes dos agnósticos tornaram-se idealistas. Assim, o idealista cumpre os mandamentos dos seus pais, mas é um mandamento órfão, ou seja, sem um mandamento. Se a religião for eliminada do mundo, todos os governos se tornarão "Hitlers"; nada os deterá.
A diferença entre os religiosos e os idealistas é que os atos de um idealista não têm fundamento. Ele não consegue explicar de forma convincente a qualquer pessoa por que prefere a justiça e quem precisa dela. Talvez seja apenas pela fraqueza do coração, como afirmou o filósofo Nietzsche. Essa pessoa não teria uma única palavra sensata a dizer, e é por isso que Hitler e Estaline os superam. Porém, o religioso vai responder com ousadia que este é o mandamento de Deus e daria a sua alma por ele.
26) O Comunismo Altruísta é algo raro para o espírito humano. Por isso, a nação mais nobre, nomeadamente a nação de Israel, deve assumir a responsabilidade de dar um exemplo ao mundo. Não é assim porque sejamos mais qualificados do que todas as outras nações, nem porque sejamos mais idealistas do que elas, mas porque sofremos mais com a tirania do que todas as outras nações. Por essa razão, estamos mais preparados do que elas para procurar conselho para acabar com a tirania na terra.
O Judaísmo deve dar às nações algo novo; é o que elas esperam do regresso de Israel à sua terra. Não se trata de outros ensinamentos, pois nisso nunca inovamos e fomos sempre seus discípulos. Pelo contrário, é a sabedoria da religião, da justiça e da paz. Nisto, a maioria das nações são nossos discípulos, e esta sabedoria é atribuída apenas a nós.
27) A nação está em perigo porque cada pessoa vai fugir para outro lugar antes que a economia se estabilize. Nem todos vão suportar a provação enquanto puderem viver confortavelmente noutros países ricos. Vão fugir lentamente da dor até que não reste um número suficiente para ser chamado de estado, e serão engolidos entre os árabes.
Isto é ainda mais evidente com os Kibbutzim. Toda a sua existência é construída sobre o idealismo, que naturalmente vai diminuir nas gerações futuras, pois os ideais não são hereditários, e eles serão, sem dúvida, os primeiros a ruir.
No método do Comunismo Altruísta, o ideal vai brilhar para cada pessoa, fornecendo causa suficiente para suportar o sofrimento. Eles também serão capazes de controlar as suas almas e reduzir o seu padrão de vida quando necessário. Além disso, poderão trabalhar arduamente para garantir a estabilidade da economia do estado.
Para além disso, a reunião dos exilados vai continuar a partir de todos os países, pois a preocupação e a luta pela sobrevivência noutras nações vai motivá-los a regressar de forma pacífica e justa à sua terra.
28) Se todo o Israel adotar esta religião, será possível reconstruir o Templo e restaurar a glória antiga. Isso provaria certamente a todas as nações que Israel está certo ao regressar à sua terra, mesmo aos árabes. Contudo, um regresso secular, como o de hoje, não impressiona de forma alguma as nações; há a preocupação de que vendam a sua independência para satisfazer as suas necessidades, ainda mais no que diz respeito à devolução de Jerusalém.
29) Qualquer método prático também necessita de alimento idealista sobre o qual meditar, ou seja, filosofia. A esse respeito, já existe uma filosofia completa e pronta, embora destinada apenas aos líderes, ou seja, os ensinamentos da Cabala.
30) A liberdade do indivíduo deve ser mantida desde que não seja prejudicial à sociedade. No entanto, quem desejar partir em favor de outra sociedade não deve ser detido de forma alguma, mesmo que isso prejudique a sociedade, embora deva ser feito de modo a que a sociedade não seja completamente arruinada.
Resumo
O desejo de receber impresso em cada criatura está em disparidade de forma com o Criador. Por essa razão, a alma separou-se Dele como um órgão cortado do corpo. Uma disparidade de forma na espiritualidade é como um machado que corta na corporalidade.
É, portanto, claro que o que o Criador deseja de nós é a equivalência de forma, momento em que nos unimos novamente a Ele, como antes de sermos criados. Os nossos sábios disseram: “Entrem em adesão com as Suas características; assim como Ele é misericordioso, sejam também misericordiosos.”
Ao mudar as nossas características, que são principalmente o desejo de receber, e adotar as características do Criador, ou seja, apenas doar, todos os nossos atos serão para fazer o bem ao nosso semelhante e beneficiar tudo o que pudermos. Assim, alcançamos o objetivo de “entrar em adesão com Ele”, que é a equivalência de forma.
O que alguém faz por si próprio por necessidade, ou seja, o mínimo necessário para sustentar a sua família, não é considerado disparidade de forma, pois “a necessidade não é nem condenada nem louvada”. Esta é a grande revelação que só vai aparecer em pleno nos dias do Messias. Quando este ensinamento for aceite, vamos alcançar a redenção completa.
Já disse que há dois caminhos para revelar a perfeição: o caminho da Torá e o caminho da dor. Por isso, o Criador fez surgir e deu à humanidade a tecnologia, até que inventassem as bombas atómicas e de hidrogénio.
Se a ruína total que estão destinadas a trazer ainda não é evidente para o mundo, então podem esperar por uma terceira guerra mundial, ou uma quarta, e assim por diante. As bombas farão o seu trabalho, e as relíquias após a destruição não terão outra escolha senão assumir este trabalho, “de modo que tanto o indivíduo como a nação não trabalhem para si próprios mais do que o necessário para o seu sustento, e tudo o resto que fizerem será para o bem dos outros”. Se todas as nações do mundo concordarem com isso, então as guerras vão deixar de existir no mundo, pois nenhuma pessoa se vai preocupar com o seu próprio bem, mas apenas com o bem dos outros.
Este ensino da equivalência de forma é o ensino do Messias. Diz-se sobre isso: “Mas nos últimos dias vai acontecer, e muitas nações vão e dirão: ‘Venham, vamos subir à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó; e Ele vai ensinar-nos os Seus caminhos, e vamos caminhar nos seus caminhos’; porque de Sião vai sair a lei, e a palavra do Senhor de Jerusalém. E Ele vai julgar entre muitos povos, e vai decidir acerca de nações poderosas ao longe…” (Miqueias 4).
Conclui-se que o Messias lhes vai ensinar o trabalho de Deus na forma de equivalência, que é o ensinamento e a lei do Messias. “E Ele vai julgar entre muitos povos”, o que significa que lhes vai provar que, se não assumirem o trabalho de Deus, todas as nações serão destruídas pelas guerras.
Mas, se aceitarem os Seus ensinamentos, então diz-se: “e vão converter as suas espadas em arados, e as suas lanças em podadeiras; uma nação não vai levantar a espada contra outra nação, nem vão mais aprender a guerra”. Assim, se seguirmos o caminho da Torá e aceitarmos os Seus ensinamentos, será preferível.
Se não o fizermos, então vamos caminhar pelo caminho da dor, ou seja, vão eclodir guerras com bombas atómicas e de hidrogénio, e todas as nações do mundo vão procurar um caminho para escapar à guerra. Então virão a Jerusalém, ao Messias, e Ele vai ensinar-lhes esta lei.