128. Desde esta Galgalta Goteja Orvalho para Zeir Anpin
Eu ouvi em 3 de Mishpatim, 27 de Fevereiro de 1943
Desde esta Galgalta Goteja Orvalho para Zeir Anpin. E, quanto ao [cabelo, mas também “tempestade”] pálido, há um entalhe sob cada Se’ara [cabelo, mas também “tempestade”], e este é o significado de “Aquele que me partiria com uma tempestade.” E este é o significado de “Então o Senhor respondeu a Job do meio da tempestade.” E este é o significado de “Isto darão, cada um dos que passam entre os recenseados: meio shekel, segundo o shekel da santidade.” E este é o significado de “um Beka [entalhe] por cabeça,” “para fazer expiação pelas vossas almas.”
Para compreender a questão dos Searot [cabelos, mas também ‘tempestades’], trata-se do negro e da tinta. Isto significa que, quando a pessoa sente afastamento do Criador devido a pensamentos alheios, isso é chamado Searot [cabelos, mas também ‘tempestades’]. E ‘pálido’ significa brancura. Isto significa que, quando a luz do Criador derrama sobre a pessoa, aproxima-a do Criador, e ambos em conjunto são chamados “luz e Kli [vaso].”
A ordem do trabalho é que, quando a pessoa desperta para o serviço do Criador, isso acontece através de lhe ser dada ‘palidez’. Nesse momento, sente vitalidade e luz no serviço ao Criador. Depois, surge um pensamento alheio, fazendo com que caia do seu nível e se afaste do trabalho. O pensamento alheio é chamado Se’ara [cabelo, mas também “tempestade”]. E há uma depressão sob o Se’ara [cabelo, mas também “tempestade”], que é uma falha e um defeito no crânio.
Antes dos pensamentos alheios surgirem, tinha um Rosh [cabeça] completo e estava próxima do Criador, mas através desses pensamentos alheios afastou-se. Isto é considerado ter um defeito no Rosh [Cabeça]. E, através do sofrimento, ao lamentar-se disso, expande um fluxo de água. Assim, o Se’ara [cabelo, mas também “tempestade”] torna-se um canal para a transmissão da abundância, através do qual se considera que foi recompensada com ‘brancura’.
Depois, os pensamentos alheios voltam a surgir, afastando-a mais uma vez do Criador. Isso cria novamente uma depressão, um buraco e um defeito no crânio. E, através do sofrimento e do arrependimento, volta a expandir uma vez mais um fluxo de água, e o Se’ara [cabelo, mas também “tempestade”] torna-se um canal para a transmissão da abundância.
Esta ordem repete-se continuamente, num processo de ascensos e descidas, até que os Searot [cabelos, mas também ‘tempestades’] se acumulem na medida completa. Isto significa que, cada vez que corrige, expande abundância. Essa abundância é chamada “orvalho”, como em “a minha cabeça está coberta de orvalho.” Isto porque a abundância vem de forma intermitente, e cada vez é como se recebesse gota a gota. Quando o trabalho está completo e se alcança a medida completa, até que “não vão voltar à insensatez”, considera-se que, a partir desse orvalho, os mortos serão ressuscitados.
Este é o significado da depressão, ou seja, dos pensamentos alheios que criam buracos na cabeça.
E também, em relação ao meio shekel, o que significa que a pessoa é meio culpada, meio inocente. Mas devemos compreender que estas ‘metades’ não ocorrem ao mesmo tempo. Pelo contrário, em cada momento deve haver um estado completo. Pois, se a pessoa transgrediu uma única Mitzva e não a cumpriu, já não é considerado “metade”, mas um ‘ímpio completo’.
No entanto, isto acontece em dois momentos distintos. Num momento, é ‘justo’, em adesão com o Criador, e então é completamente inocente. E, quando está em descida, é ‘ímpio’. Este é o significado de “o mundo foi criado tanto para o justo completo como para o ímpio completo.” E é por isso que se chama ‘metade’, por ter dois tempos.
E isto é “para fazer expiação pelas vossas almas.” Através da depressão, quando a pessoa sente que a sua cabeça está incompleta, pois, quando surge um pensamento alheio, o seu intelecto não está com o Criador de forma plena. E, quando se arrepende, isso leva-a a fazer expiação pela sua alma. Isto porque, se ela se arrepender sempre, então vai expandir abundância até que a abundância se complete, de acordo com “a minha cabeça está coberta de orvalho.”