Tal como acontece nos mundos espirituais, tudo no nosso mundo evolui ao longo das mesmas cinco fases, de Zero a Quatro. O nosso mundo é construído como uma pirâmide. Na base, o início da evolução deste mundo, está o nível inanimado, composto por triliões de toneladas de matéria (ver Figura 5).
Perdido nestes triliões de toneladas de matéria está um pequeno ponto chamado “Planeta Terra”. E neste planeta surgiu o nível vegetativo. Naturalmente, a vegetação na Terra é infinitamente menor em massa do que a matéria inanimada da Terra, ainda mais quando comparada com a quantidade de matéria em todo o universo.
O nível animal apareceu após o vegetativo e tem uma massa muito pequena, mesmo em comparação com o vegetativo.
O nível falante, claro, surgiu por último e tem a menor massa de todos.
Recentemente, surgiu um novo nível a partir do nível falante. Este é chamado “nível espiritual” ou “espiritualidade”. (Como estamos a falar de tempos geológicos, quando dizemos recentemente, queremos dizer que ocorreu há apenas alguns milhares de anos.) Não podemos compreender a dimensão total da Criação, mas se olharmos para a pirâmide da Criação (na Figura 5) e pensarmos nas proporções entre cada dois níveis vizinhos, começaremos a entender quão especial e recente é o desejo de espiritualidade. Na verdade, se pensarmos no tempo de existência do universo — cerca de 15 mil milhões de anos — como um único dia de 24 horas, o desejo de espiritualidade surgiu há 0,0288 segundos. Em termos geológicos, isso é agora.
Figura 5: A pirâmide da realidade é também a pirâmide dos desejos. É válida tanto nos mundos espirituais como no mundo corpóreo.
Assim, por um lado, quanto mais elevado o desejo, mais raro (e mais recente) ele é. Por outro lado, a existência de um nível espiritual, acima do nível humano, indica que não completámos a nossa evolução. A evolução é tão dinâmica como sempre, mas, como somos o último nível a surgir, pensamos naturalmente que somos o nível mais elevado. Podemos estar no topo, mas não estamos no nível final. Estamos apenas no último dos níveis que já apareceram.
O nível final usará os nossos corpos como hospedeiros, mas consistirá em formas completamente novas de pensar, sentir e ser. Este nível já está a evoluir dentro de nós e é chamado “nível espiritual”.
Não são necessárias mudanças físicas ou novas espécies, apenas uma mudança interna na nossa perceção do mundo. É por isso que a próxima fase é tão elusiva; está dentro de nós, escrita nos nossos Reshimot [Registos], como dados num disco rígido. Estes dados serão lidos e executados, quer estejamos conscientes disso ou não, mas podemos lê-los e executá-los de forma muito mais rápida e agradável se os lermos com o “software” certo — a sabedoria da Cabala.
Como Acima, também Abaixo
Se traçarmos um paralelo entre as fases terrestres das Quatro Fases Básicas da Luz, a era inanimada corresponde à Fase Raiz, a era vegetativa à Fase Um, a era animal à Fase Dois, a era falante à Fase Três e a era espiritual à Fase Quatro.
A juventude ardente do Planeta Terra durou vários milhares de milhões de anos. À medida que arrefecia, surgiu a vida vegetativa, reinando no planeta durante muitos mais milhões de anos. Mas, tal como o nível vegetativo na pirâmide espiritual é muito mais estreito do que o nível inanimado, o período vegetativo físico foi mais curto do que o período inanimado da Terra.
Após a conclusão da fase vegetativa, veio o período animal. Tal como nos dois níveis anteriores, a era animal foi muito mais curta do que a era vegetativa, correspondendo à proporção entre os níveis vegetativo e animal na pirâmide espiritual.
A fase humana, que corresponde ao nível falante da pirâmide espiritual, existe apenas há cerca de quarenta mil anos. Quando a humanidade completar a sua evolução da quarta (e última) fase, a evolução estará completa e a humanidade reunir-se-á com o Criador.
A Quarta Fase começou há cerca de cinco mil anos, quando o ponto no coração surgiu pela primeira vez. Tal como no mundo espiritual, o nome do homem que primeiro experienciou este ponto foi Adam. Ele foi Adam HaRishon (O Primeiro Homem). O nome Adam vem das palavras hebraicas, Adameh la Elyon (Serei semelhantes ao Superior), e reflete o desejo de Adam de ser como o Criador.
Hoje, no início do século XXI, a evolução está a completar o seu desenvolvimento da Quarta Fase — o desejo de ser como o Criador. É por isso que, atualmente, mais e mais pessoas procuram respostas espirituais para as suas perguntas.