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Michael Laitman

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Glossário - Yitro

Conceitos

Jetro
Jetro representa o desejo de receber que pode ser santificado e unir-se a Moisés, e com ele estabelecer a conexão entre o sistema superior—Keter, Hochma e Bina (as GAR da alma)—e o desejo de receber, que são as pessoas abaixo, ZAT da alma. Jetro foi incluído em Moisés quando este viveu com ele; ele é como a força de Malchut que está incluída em Bina. Por isso, Bina pode conectar-se a Malchut e trazer-lhe o novo sistema.

Monte Sinai
Está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal; Eu criei para ela a Torá como tempero” (Talmude Babilônico, Masechet Kidushin, 30b), porque “a luz nela contida reforma” (Midrash Rabá, Eicha, ‘Introdução,’ Parágrafo 2). A inclinação ao mal é o Monte Sinai, todo o ódio que surge entre as nações do mundo e Israel. As nações do mundo representam os nossos desejos de receber, e Israel representa nosso desejo de doar. Assim, quando surge uma lacuna dentro de uma pessoa—entre o desejo de receber e o desejo de doar—essa pessoa sente o ódio e pode dizer-se que ela está no sopé do Monte Sinai.
O ódio aparece quando queremos conectar-nos, quando estamos ao redor da montanha e precisamos alcançar Arvut (garantia mútua). Por isso está escrito: “Ele disse-lhes: ‘Se receberem a Torá, ótimo. E se não, aqui será o vosso túmulo.’” (Talmude Babilônico, Masechet Avoda Zara, 2b). Ou seja, se vocês não se conectarem como um homem com um só coração, aqui vocês serão enterrados.
O ódio é contra a união. Se uma pessoa não se quiser conectar, ela não vai descobrir o seu ódio pelos outros, não vai chegar ao Monte Sinai e certamente não vai alcançar as correções. Isso mostra-nos o quanto estamos longe do Monte Sinai.
Estar no sopé do Monte Sinai é um grande nível, alcançado após a pessoa trabalhar a vida inteira no Egito, buscando a conexão entre as pessoas. E embora ela quisesse uma conexão de amor ao próximo, isso não pôde ser feito até que ela percebesse que era impossível fazê-lo sozinha. Nesse momento, surge o ponto que a impulsiona para fora de si mesma, e a pessoa entende que é possível escapar, e assim foge e eleva-se acima do ego.
Quando saímos do ego, a relação com o nosso ego torna-se cada vez mais evidente. O que surge é a lacuna entre o ego e o desejo de estar fora dele. Essa lacuna é chamada de “Monte Sinai”. Nesse estado, o Moisés dentro de nós está acima, tentando aderir ao Criador no topo da montanha, enquanto o ego ainda não corrigido está abaixo, assim como o povo que não conseguia conectar-se ao Criador. No entanto, o processo de caminhar em direção à correção já começa.

Um Povo de Segula (escolhido/virtuoso/remédio)
Segula refere-se ao sinal diacrítico Segol. O Segol são três pontos [···], que representam as três linhas pelas quais avançamos rumo ao objetivo: a linha da direita—que simboliza a força de doação; e a linha da esquerda—que simboliza a força de recepção. Através dessas forças somos construídos ao unir a direita e a esquerda. É costume cantar no Shabat: “Vinde em paz, anjos de paz, anjos do Superior”. Assim como caminhamos sobre duas pernas para avançar, construímos a linha do meio a partir das duas linhas, os dois “anjos.”
“Parti em paz” é dito depois que a pessoa constroi a linha do meio em quatro estados, Yod–Hey–Vav–Hey, e alcança o fim da correção. Nesse momento, diz-se: “Parti em paz.”
É assim que usamos tudo o que temos para fazer correções. Recebemos de cima a direita e a esquerda — a força de doação, Kedusha (santidade) e a força de recepção Klipa (casca/pele) — e cabe a nós combiná-las. Fazemos isso para avançar, aprimorando continuamente a combinação entre elas, tornando-a mais benéfica. É por isso que a terceira linha é chamada de “linha do meio.” A força superior consiste nas duas linhas, duas forças que nos ajudam a conectar corretamente. Elas são chamadas de Segula. Vivemos apenas através delas; se essa força não vier, não podemos realizar nada abaixo.