Glossário - Bo
Conceitos
Gafanhotos
Em todas as pragas do Egito, uma pessoa sente como elas são benéficas. A praga surge porque a pessoa está imersa no ego, numa situação específica, e as pragas ajudam-na a sair desse estado. A praga dos Gafanhotos corresponde a Bina.
Escuridão
Em cada estado, enfrentamos a escuridão. Contudo, nos estados de escuridão, trata-se da escuridão pessoal de uma pessoa, da qual pode escapar para outro estado. Aqui, o estado de escuridão surge quando a pessoa está confusa, sem saber de nada, como se relata na história de Purim, quando o povo não sabia quem estava certo, Haman ou Mordechai. Num estado de escuridão, a pessoa precisa obter a luz de Hassadim, porque a escuridão vem da luz de Hochma. Através da luz de Hassadim, a pessoa sai dessa escuridão. É necessário compreender que essa luz é necessária. E quando a pessoa está pronta, o pilar de fogo ou a nuvem aparece.
Praga dos Primogénitos
A Praga dos Primogénitos é o golpe final e maior. É um golpe que está na raiz, porque o primogénito representa o homem. É a maior desejo de receber, no nível de Keter, após o qual não há mais nada a fazer no Egito. É aqui que o Faraó se rende.
O Faraó fica sem exército, sem nada. Depois que os filhos de Israel saem do Egito, o Faraó envia o que resta do seu exército atrás deles. No entanto, posteriormente, a multidão de pessoas diversas junta-se também a Israel, e o Faraó fica completamente desamparado.
O Clamor do Egito
O clamor do Egito é o grito do nosso ego, que pergunta: “Como vou viver se estou completamente despojado, sem qualquer recepção para mim mesmo, sem qualquer entendimento de como existir no mundo? Não estou habituado a esta nova situação. Tenho de mudar para um novo paradigma, para um mundo oposto que é todo ele doação, conexão, Arvut e amor. Não consigo viver assim, não sei nada!”
Este é o grande clamor dos nossos Kelim egoístas. É um estado pelo qual devemos passar, semelhante a um nascimento físico, em que o recém-nascido também passa por um tipo de trauma. Aprendemos no Zohar que a sua raiz é a mordida da serpente na corça. Isto é, Malchut é a origem, e ela é quem dá à luz a alma. É um estado muito dramático e especial. Se passarmos por esse estado juntos, na união entre nós, como a Torá explica, os filhos de Israel unidos, sentiremos alegria e alerta, e sairemos disso facilmente.
Do Zohar: Louvando o Êxodo do Egito
Todo homem que conta a história do êxodo do Egito e se deleita com essa história vai alegrar-se com a Divindade (que é alegria de todos os lados) no próximo mundo. Este é um homem que se alegra com o seu mestre, e o Criador regozija-se com essa história que ele conta. (Zohar para Todos, Bo [Vem], item 179)
Há aqui dois opostos. A pessoa dá à luz a si própria por si própria. Por um lado, lamenta a parte dentro de si que a pressiona durante as dores de parto, até que rompe e nasce para o novo mundo. Por outro lado, regozija-se com a parte de si que está conectada ao Criador, tal como a nossa alegria no nascimento de uma criança.