Deuteronómio, 29:9-30:20; 31:1-31:30
Nitzavim and VaYelech - GlossárioResumindo
A porção Nitzavim aborda o discurso de Moisés sobre o pacto entre Israel e o Criador. Moisés esclarece que a Torá se aplica a todo o povo de Israel, a cada indivíduo, e foi dada para a posteridade. Moisés sublinha o princípio da escolha: se alguém adorar outros deuses, será exilado da terra. Mas, se desejar reformar-se, o caminho é o arrependimento. O Criador permite ao povo escolher entre a vida e a morte, mas ordena-lhes: “Portanto, escolhe a vida” (Deuteronómio, 30:19).
Na porção VaYelech, Moisés profere o seu último discurso antes da entrada do povo na terra de Israel. Ele fortalece o povo para que não tema lutar pela terra, pois o Criador está com eles, e entrega oficialmente a liderança a Josué, filho de Nun. Moisés escreve a Torá e instrui o povo de Israel a reunir-se de sete em sete anos para a sua leitura. O Criador revela a Moisés que, no futuro, o povo de Israel pecará, e ordena-lhe que escreva um cântico através do qual o povo se recordará do Criador.
Comentário
Poderá parecer que as porções se repetem, mas qualquer repetição ocorre num novo nível. Toda a Torá trata apenas da correção da alma. É como se a alma fosse dividida em fatias, conforme os níveis do grande desejo de receber, razão pela qual parece ser sempre o mesmo.
Do mesmo modo, cada dia das nossas vidas parece assemelhar-se ao seguinte, mas cada dia é sentido de forma diferente, e a vida é composta por muitos dias unidos. O que torna este processo especial é que não se trata do povo de Israel ou do deserto, mas de um indivíduo que atravessa as etapas do seu desenvolvimento espiritual.
O desenvolvimento espiritual realiza-se em duas fases. A primeira é a preparação na Babilónia, no Bilbul (confusão). A segunda etapa é no Egito. Neste mundo, a pessoa tenta agir conforme lhe parece correto, mas desiste, pois este mundo conduz-nos a um estado em que não alcançamos bons resultados na vida. O resultado é uma crise, semelhante à que o mundo enfrenta hoje.
Contudo, não procuramos o sentido da vida, mas sim dinheiro, poder, respeito, prazeres, liberdade, férias, e começamos a compreender que é impossível obtê-los. Seja através de crises pessoais ou pela crise global, chegamos finalmente à questão fundamental: “Qual é o sentido da minha vida?” Procuramos satisfação na vida, mas não a encontramos em parte alguma, e sem satisfação sentimo-nos como o Profeta Jonas, que disse: “É melhor para mim morrer do que viver” (Jonas, 4:3).
Procuramos plenitude, mas chegamos a uma situação em que há apenas um caminho, como estamos a descobrir hoje. Gradualmente, todo o mundo se aproxima da fase da pergunta sobre o sentido da vida. Devido à crise, todos enfrentamos um estado de bancarrota. Embora atualmente pareça que apenas bancos e grandes corporações se dirigem para ela, na verdade, o mundo inteiro enfrenta as perguntas: “O que estamos a fazer connosco, com as nossas vidas?” “Para que serve tudo isto?” “O que está a acontecer aqui?” Estas questões conduzem-nos à resposta de que tudo acontece apenas para que possamos elevar-nos acima da satisfação nas nossas curtas vidas.
Enquanto começamos a procurar a verdadeira plenitude, eterna e completa, acima desta vida transitória, passamos por etapas de correções internas que nos conduzem a outra vida, à vida espiritual, à vida da alma. É como se adquiríssemos outro corpo, um interno, que não é feito de carne, mas que é todo desejo. O nosso corpo físico, a carne, é onde esse desejo se reveste, e chama-se “alma”, que devemos revelar e nutrir.
Há duas etapas no desenvolvimento desse corpo: a primeira chama-se Moisés, e a segunda chama-se Josué. Moisés é chamado o “pastor fiel”. Nessa etapa, elevamo-nos ao nível de Bina, doar com o objetivo de doar. É um nível que é todo doação, fé. Os níveis em que adquirimos a qualidade de Moisés, a revelação do corpo espiritual, são chamados os “quarenta anos no deserto”.
Após a revelação do corpo espiritual — o Kli (vaso) da alma — trabalhamos para o preencher com luz. Adquirimos o Kli, conquistamos a terra de Israel, expulsamos dela o que é inadequado e indesejável, e preenchemos o nosso Kli com a luz superior. Este é o nível de receber com o objetivo de doar, o nível de Josué. É um nível superior ao de Moisés, ou, na verdade, um nível “aperfeiçoado” de Moisés.
Avançamos na conquista da terra (desejo) trabalhando no nosso desejo egoísta de receber, que se opõe a nós e tenta fazer-nos falhar a cada passo. Ficamos presos, erramos, e temos constantemente problemas com o pacto. Devemos conectar-nos com o desejo de doar e escolher constantemente a vida, como está escrito (Deuteronómio 30:19): “Portanto, escolhe a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.”
Podemos adquirir a vida espiritual adicional enquanto vivemos nos nossos corpos fisiológicos. Isso depende unicamente da nossa correção, da medida em que estamos imersos na intenção de doar, de quão preenchidos estamos com a luz superior. Quando obtemos a luz superior, somos recompensados com a vida eterna. Este é verdadeiramente o nosso objetivo; é o propósito das nossas vidas aqui neste mundo, nos nossos corpos físicos. Esse conhecimento costumava estar nas mãos de alguns eleitos, indivíduos únicos em cada geração, mas hoje o mundo inteiro está a despertar para ele, e todos precisaremos de revelar as nossas almas.
Perguntas e Respostas
As porções que falam da entrada na terra de Israel mencionam a nova liderança de Josué e novas leis. Hoje, o mundo também está a mover-se para uma nova etapa, novas leis. Explicações sobre isso ajudarão, ou é impossível compreender algo até estarmos realmente no novo mundo?
Primeiro, precisamos de reconhecer a nossa impotência, essa carência, semelhante ao que aconteceu no deserto, quando enfrentamos a entrada na terra de Israel, mas não sabíamos o que fazer e temíamos entrar. Antes disso, ao pé do Monte Sinai, havia um problema de grande ódio, semelhante ao que ameaça explodir pelo mundo hoje, e arrastar-nos para uma terceira guerra mundial, uma nuclear.
E antes do Monte Sinai, tivemos de saltar para o Mar Vermelho e atravessá-lo, apesar do medo muito real da morte. Hoje, sentimos os mesmos grandes obstáculos, que se erguem diante de nós como muralhas intransponíveis. E, no entanto, a Torá abre sempre uma porta diante de nós.
Baal HaSulam escreve sobre isto de forma sublime numa história sobre um homem que vê um muro com uma porta. Ele aproxima-se da porta, abre-a e entra. Na espiritualidade, há um muro, se assim se pode chamar, pois atualmente nada vemos. Ainda não conseguimos enxergar o que nos separa da espiritualidade. Primeiro, descobrimos o muro. Quando queremos forçar a entrada, como se quiséssemos mergulhar de cabeça, descobrimos a porta, tentamos entrar, e a porta abre-se imediatamente.
Vemos isto muitas vezes na Torá: no Mar Vermelho, Nahshon saltou e o mar abriu-se; no Monte Sinai, e noutros casos. O importante é que nos é exigido “avançar”, escolher a vida, onde, para nós, esta é a vida, enquanto a vida atual é a morte.
Moisés é o Domínio do Sol; Josué é o Domínio da Lua
“O Criador disse a Moisés: ‘Moisés, desejas que o mundo mude? Alguma vez viste o sol a adorar a lua? Alguma vez viste a lua a governar enquanto o sol ainda está presente? Pelo contrário, chegaram os teus dias de morrer; chama Josué. Que o sol seja levado e que a lua governe. Além disso, se entrares na terra, a lua será retirada por tua causa e não poderá governar. Na verdade, chegou o governo da lua, Josué, e este não pode reinar enquanto estiveres no mundo.’” Zohar para Todos, VaYelech (Moisés Foi), item 12
Estes são dois níveis. É impossível passar de um nível para o seguinte sem completar o primeiro. Primeiro, deve-se completar o nível de Moisés, o nível de Bina — doar com o objetivo de doar. A partir daí, avança-se para o nível de Josué, receber para doar. Esta é a conquista da terra, a entrada na terra de Israel — um desejo totalmente orientado para a doação.
Ou seja, o nível de Moisés é “o que odias, não faças ao teu próximo”. O nível de Josué é “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. É um nível superior, uma extensão do nível de Moisés. O nível seguinte é sempre um passo mais próximo do fim da correção em relação ao anterior, e Moisés é o nível fundamental de todos os níveis.
O que significa o Criador informar Moisés de que o povo pecará?
Não há outro caminho. Avançamos apenas através dos pecados, através dos ímpios que aparecem à pessoa. O Criador diz-nos antecipadamente: “Eu criei a inclinação ao mal.”
Toda a criação é a inclinação ao mal. A inclinação ao mal é a vontade má, um desejo egoísta, o oposto do Criador. É um desejo de receber com o objetivo de receber, de desprezar todos, de explorar, roubar e enganar todos. O Criador não esconde o que fez, mas explica que fez tudo isso para que nos corrigíssemos e nos elevássemos acima dessa vontade má.
A sabedoria da Cabala é a única que nos explica como nos corrigirmos. Quem sente verdadeiramente que merece a correção deve fazer algo com o ego, consigo próprio, com a sua vida, e encontrar a plenitude na vida. É então que chega à sabedoria da Cabala. Tudo o resto que fazemos na vida são meros costumes, mas não nos corrigem, nem sequer nos revelam que somos maus.
Antes do Rosh Hashana (véspera do Ano Novo Hebraico) e do Yom Kippur (Dia do Perdão), tempo de introspeção e reflexão, dizemos: “Nós traímos.” Dizemos que somos realmente maus, tanto uns para com os outros como para com o Criador. Mas, se não estivesse escrito nos livros de orações, quem pensaria que é assim? Na verdade, mesmo quando o lemos nos livros de orações, não sentimos verdadeiramente empatia por isso nem percebemos que é realmente assim.
Porque tem o Criador de nos ordenar que escolhamos a vida? Quem escolheria a morte?
A nossa vida e morte fisiológicas estão completamente fora do nosso controlo. Uma vez nascidos, não há dúvida de que também morreremos. Mas nem mesmo a escolha de nascer está nas nossas mãos. Desde o momento em que saímos do ventre, começamos a nossa marcha rumo à morte. Conclui-se que o mandamento de escolher a vida nada tem a ver com a vida física.
O Criador traça um caminho bom e um mau, e depois diz: “Escolhe”, recomendando que escolhamos o bom?
Escolher o bom indica que a pessoa está a adquirir a vida espiritual enquanto ainda está nesta vida. “Portanto, escolhe a vida” refere-se à vida espiritual. A escolha é entre terminar a vida como uma pessoa comum — no fim da existência física, tendo vivido para servir o corpo, deitando-o, lavando-o e satisfazendo as suas outras necessidades — ou elevar-se a outro nível enquanto ainda está no corpo físico. A Torá é para aqueles que desejam ascender a outro nível, como está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal, criei a Torá como um condimento.” Nesse caso, “a luz nela reforma-os”.
Quando a pessoa chega a essa Torá (lei) da vida, à eternidade e à perfeição, essa pessoa adquire a vida adicional durante esta vida. Quando isso acontece, essa pessoa não morre mesmo quando o corpo morre.
Nestes dias, começamos a sentir-nos um pouco como um só povo. Empatizamos, e começamos a deliberar. Estamos perante um grande movimento que teremos de fazer?
Agora é a primeira vez na história que as pessoas não sabem o que fazer com o mundo. Descobrimos que tudo o que desenvolvemos ao longo dos anos está gradualmente a parar, a tornar-se disfuncional. Não sabemos o que funcionará e o que não funcionará. De repente, tudo “escapa-nos por entre os dedos”, e os líderes não sabem como gerir os assuntos, apesar de todo o seu conhecimento e conselheiros.
É este o muro de que falámos antes, que encontramos em todas as direções?
Sim, estamos a descobrir que o sistema divino começa a manifestar-se. Chama-se “a revelação do Criador às criaturas”. Quando a força divina — a qualidade divina (de doação) — aparece, é um sistema que não sabemos como lidar.
O homem é a inclinação ao mal. No entanto, de repente, a inclinação ao bem aparece diante de nós. Contudo, não a reconhecemos como boa. Vemos que o mundo é global, integral, e que todos estão interligados e interdependentes, mas não queremos viver nele. Este é o ponto em que descobrimos que somos feitos do material oposto. Afinal, o Criador diz: “Eu criei a inclinação ao mal” em vós, e aqui aparece diante de nós um sistema que cria o bem, onde todos estão conectados. Se tentares adaptar-te a esse sistema, encontrarás a vida, “portanto, escolhe a vida”.
Que Josué precisamos agora?
Estas forças, Moisés e Josué, existem em todos nós.
Há alguma diferença entre a forma como as pessoas procuravam há trinta anos, quando cada uma buscava individualmente, e como procuram hoje?
Mesmo quando tudo estava bem, as pessoas ainda precisavam de responder à questão sobre o propósito da vida.
Mas há uma enorme diferença, porque hoje as pessoas não estão a perguntar para que vivemos; a crise está a bater-lhes à porta.
Ainda hoje há pessoas que vêm estudar Cabala porque questionam o sentido da vida, o propósito da vida, mesmo estando geralmente felizes. Não vêm por causa do sofrimento na sua vida quotidiana, mas devido à dor emocional, pois sentem-se vazias apesar de tudo. Contudo, aqueles que vêm estudar Cabala representam cerca de um por cento da população global. Os restantes vêm por causa dos problemas nas suas vidas diárias.
Imaginemos uma pessoa do Japão, que viveu o terramoto e o tsunami, e depois o desastre nuclear em Fukushima. Não perguntaria essa pessoa: “O que está a acontecer aqui?” “Estarei a falhar algo?” Ou estaria simplesmente perdida, sem saber como lidar com o mundo, e qualquer pessoa que com ela simpatizasse sentiria o mesmo?
Cada nação, pessoa e cada parte do mundo é tratada de forma diferente. Não sabemos de que maneira, porque isso tem a ver com “sentenças da alma”, mas todos sentiremos as imensas pressões que nos empurram para a entrada na rede de conexões entre nós, a rede global e integral que agora começa lentamente a surgir, e à qual não estamos adaptados.
Agora é a primeira vez na história que devemos mudar e adaptar-nos aos laços que estão a surgir entre nós. Anteriormente, construíamos conexões egoístas entre nós como queríamos. Mas agora devemos trabalhar ao contrário. A rede que emerge está a “dizer-nos”: “Tendes de vos ajustar a mim, ou não tereis sucesso.”
Moisés encorajou o povo a ser corajoso porque o Criador está com eles. De onde pode vir tal confiança? Será porque estamos a marchar para uma situação muito má?
É a confiança. Não é uma má situação; depende de como a encaramos. Ao olharmos para o que surge diante de nós, podemos ver que é a salvação. Está-nos a ser apresentado um belo exemplo, uma oportunidade de nos conectarmos com todos. As reações negativas que todos sentimos, o sofrimento, o caos, os problemas e as confusões existem para que tentemos orientar-nos corretamente através deles, para que tentemos adaptar-nos às nossas conexões recém-formadas.
Estas novas conexões são o próprio Criador; é a qualidade da doação que surge entre nós. Claro que a odiamos e a rejeitamos. Não a compreendemos, mas é Ele. Isto chama-se “a revelação do Criador às criaturas”. São realmente os dias do Messias, quando essa luz surge gradualmente, uma luz de doação que nos eleva dos nossos egos para cima.
Mas se a pessoa não tem um ponto no coração, não se pode falar com ela antes que sofra.
Verdade.
Que confiança podemos prometer? Podemos dizer-lhe: “Espera, sofre um pouco mais e depois falaremos”?
Não. Claro que ela deve sofrer, mas é aqui que a sabedoria da Cabala surge para explicar a razão do sofrimento. A pessoa precisa de sofrer muito pouco, como uma criança inteligente que compreende e segue na direção certa após a primeira indicação.
O nosso calendário garante que alcançaremos todas as correções e a abundância até ao fim dos seis mil anos. A questão é: “Quanto sofreremos pelo caminho?” Podemos encurtar esses tempos por nós próprios, e não esperar mais cerca de 220 anos, mas sim realizá-lo nas nossas vidas atuais.
O final da porção fala de Moisés ser ordenado a escrever um cântico, para preparar algo para Israel que lhes recorde o objetivo. O que há de tão especial no cântico?
O cântico é para o futuro, caso Israel peque. Não é como os cânticos que conhecemos hoje, mas uma conexão especial entre a pessoa e a força superior corretiva. É um sistema de conexões pelo qual se evoca sobre si a força da correção.
Mesmo quando se peca, podemos ter a certeza de que o mecanismo que Moisés construiu em nós ajudará. Moisés é a força da doação dentro de nós. É completamente livre de receção, e a ela regressamos quando pecamos, para que nos ajude a reformar-nos.
Não há qualquer conexão entre este cântico e os cânticos de que falamos hoje, com rimas e melodias?
Claro que não há conexão entre este cântico e aqueles com rimas e melodias. O cântico de que falamos é como um livro. Um livro é uma revelação, uma Megillah (rolo, da palavra Gilui, revelação).
Portanto, é um mecanismo espiritual, como o Cântico dos Cânticos. O Cântico dos Cânticos não é um cântico que se canta. Uma peça musical tem, de facto, algo de especial, e um cântico evoca emoções.
Claramente, temos expressões emocionais em diferentes níveis. Contudo, aqui falamos de um mecanismo especial, como o Rei David, que escreveu os Salmos, Salomão, que escreveu o Cântico dos Cânticos, ou Moisés, que escreveu o cântico. Trata-se de escrever sobre um mecanismo especial de conexão, que ajuda os níveis seguintes que caem em pecado a erguerem-se novamente.
Lemos nos Salmos, ou no Cântico dos Cânticos, ou no cântico de Moisés sempre que podemos tomar algo nas nossas mãos, apoiar-nos em algo e assim avançar.
O Criador ordenou a Israel que o lesse de sete em sete anos, uma vez entrados na terra de Israel.
Sete anos marcam um nível completo: Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod, Malchut.
Uma vez que estamos na terra de Israel e nos unimos, ainda pecaremos?
Sim, sem dúvida. Foi dito antecipadamente. Desde o início da porção, é-nos dito: “Não tenhais medo de entrar; haverá guerras ali, mas sereis salvos.”
As guerras de Israel são apenas guerras com os nossos desejos. Não é a terra de Israel, onde devemos conquistar sete nações, mas as nossas próprias sete Klipot (cascas), opostas às sete qualidades espirituais puras. A guerra é com o nosso próprio desejo de receber, que é egoísta e se chama Klipa (casca). É a inclinação ao mal que corrigimos, e assim alcançamos a conquista da terra, pois o desejo transforma-se em doação, em amor aos outros.
Toda a Torá é “ama o teu próximo como a ti próprio”. É isto que devemos alcançar. Portanto, o sistema que surge diante de nós acabará por nos compelir, quer gostemos quer não. A menos que alcancemos a unidade com o mundo inteiro, ao ponto de amar cada pessoa no mundo, não poderemos continuar, não teremos pão.