VaYeshev | Génesis, 37:1-40:23
Resumindo
Na porção VaYeshev ("E Jacó sentou-se"), Jacó mora na terra de Canaã. O protagonista desta porção é José, o filho mais novo de Jacó. José tinha um dom para sonhos proféticos. Num desses sonhos, ele vê-se governando os seus irmãos. Ele conta-lhes o sonho, o que desperta a inveja deles contra ele.
Os seus irmãos levam o gado para pastar em Siquém, e seu pai envia-o para os encontrar. No caminho, ele encontra um homem e pergunta-lhe sobre seus irmãos: “Procuro os meus irmãos” (Génesis 37:16). Quando José finalmente encontra seus irmãos, eles já estão a conspirar para o matar por inveja. Rúben consegue evitar o assassinato, e os irmãos decidem ao invés atirar José para um buraco para, em seguida, vendê-lo aos ismaelitas. Um grupo de midianitas que passa pelo local leva José com eles para o Egito.
Quando José chega ao Egito, ele refugia-se na casa de Potifar, capitão da guarda do faraó. A esposa de Potifar tenta seduzir José, mas ele recusa. Ela vinga-se, acusando-o falsamente de tentar forçá-la, e José é preso numa masmorra.
Na prisão, José encontra dois oficiais do faraó, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros. Ele também revela o seu dom para sonhos proféticos. Ele prevê que, dentro de três semanas, o chefe dos copeiros será libertado, enquanto o chefe dos padeiros será enforcado. José pede ao chefe dos copeiros que, ao ser libertado, fale com o faraó sobre a sua situação e lhe explique que ele está preso injustamente e deveria ser libertado.
Comentário do Dr. Michael Laitman
Esta porção contém uma mensagem espiritual profunda. Ela narra a correção da alma, que é o propósito da vida humana e a razão pela qual a Torá foi dada. Inicialmente, aparece a inclinação ao mal, como está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal; criei para ela a Torá como tempero,” pois “a luz nela contida corrige.” “Corrigir” significa voltar ao estado de “Ama o teu próximo como a ti próprio.” Ou seja, isso traz a pessoa de volta à qualidade de doação, de semelhança com o Criador. Este é o objetivo que devemos alcançar, como está escrito: “Regressa, ó Israel, ao Senhor teu Deus” (Oséias 14:2).
A Torá demonstra como o ego, o desejo de receber, continua a transformar-se até ser corrigido. No exemplo apresentado nesta porção, vemos como todas as nossas qualidades se conectam, e depois se separam, manifestando um desequilíbrio entre elas, até que geram qualidades mais avançadas, mais próximas da doação.
Jacó é o início da qualidade de doação dentro de nós. Abraão, Isaac e Jacó são os três patriarcas. Jacó é, na verdade, o mais sénior, pois contém tanto o desejo de receber quanto o desejo de doar dentro de nós, uma vez que só é possível criar a linha do meio utilizando ambos. A linha do meio, Jacó, ainda não está ligada ao nosso nível de execução, mas sim ao nosso nível de tomada de decisão.
A expressão do nível de execução de Jacó são os seus filhos, desde Rúben, o primogénito, até José, o mais novo. E é precisamente nesta hierarquia que as qualidades dentro de nós se organizam. É assim que o nosso ego é corrigido, em todas as suas formas (ainda incorretas). Quem as completa é José, o justo. Ele reúne todas as qualidades anteriores na qualidade de Yesod (base/fundação), que é chamada de “José, o justo” ou “um justo, a base do mundo” (Provérbios 10:25).
Por um lado, José utiliza todas as suas qualidades anteriores—Keter, Hochma, Bina, Chesed, Guevura, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod—mas, por outro lado, ele precisa de as conduzir a Malchut. Malchut é o desejo egoísta de receber, o Faraó, o Egito, simbolizando todo o nosso ego.
Quando a pessoa alcança um estado de descoberta destas qualidades de doação—de Abraão, a qualidade de Hesed, passando por Guevura, Tiferet, Netzach, Hod e por Yesod, que é José—é tempo de se separar dos patriarcas e pertencer ao desejo de receber. Primeiro, é necessário permear o desejo de receber, e depois o desejo de receber permeia a pessoa.
Quando estamos constituídos de ambas as qualidades—receção e doação—devemos perceber que, primeiro, a qualidade de doação entra na qualidade de receção e começa a corrigi-la. Só então se começa a extrair da qualidade de receção a parte do desejo de receber que pode ser corrigida.
É semelhante a um educador que trabalha com um grupo de criminosos. Ele pode selecionar alguns membros mais avançados do grupo, dispostos a colaborar com ele, e levá-los para a correção. Ou seja, ao entrar no desejo de receber, estamos no exílio. E ao sair dela, saímos com “grande substância”, ou seja, com vários “criminosos” que desejam a correção e a consideram uma redenção. Uma vez corrigidos, a pessoa possui uma “grande substância” porque adquiriu poder adicional na qualidade geral de doação.
Assim, através de todos esses exílios e redenções, corrigimos toda a inclinação ao mal. É também assim que compreendemos todo o processo, como conhecemos o plano da criação e como nos tornamos semelhantes ao Criador. José, sendo a última das qualidades de doação, passa por muitos processos para se desprender da qualidade de doação e se preparar para entrar na qualidade de receção, ou seja, o Egito.
Esta é a razão do seu conflito com os irmãos. Eles odeiam-no e rejeitam-no porque não conseguem entender o que ele quer. Não compreendem como o filho mais novo pode ser o maior. Mas José é diferente deles.
Banim (filhos) equivale a três vezes Yod–Hey–Vav–Hey, em três linhas. Estes são os doze filhos. Não só ele é o maior porque está disposto a conectar-se com eles, mas também porque eles curvam-se perante ele e submetem-se a ele. Enquanto eles não entram em Malchut, José já está misturado com o Egito, e eles aceitam isso porque percebem como essa situação será posteriormente realizada no desejo de receber para o propósito da correção. Conclui-se que passamos por etapas que nos parecem completamente incorretas e más, tal como não entendemos a conduta dos irmãos em relação a José.
Jacó sofre, mas está impotente. Os irmãos desejam matar José e mentem a Jacó, enquanto os estranhos o salvam do buraco, embora a intenção seja vendê-lo. É assim que nos desprendemos das nossas qualidades anteriores. Acumulamos essas qualidades anteriores dentro da qualidade de Yesod, a qualidade de José, e separamos-nos do seu uso. Ou seja, deixamos a terra de Canaã e entramos no Egito.
No Egito, quando entramos em contacto com o desejo de receber, quando a qualidade de doação entra no desejo de receber, esta percebe imediatamente o quanto pode ganhar e lucrar com isso. Se fosse apenas outra forma de receção, não seria tão relevante. Mas, se se pode doar para receber também, então torna-se como um comerciante. Calcula-se cada forma de doação que se adiciona ao desejo de receber, conectando-se a tudo e, através da negociação, obtendo lucros para si próprio.
Desta forma, descobrimos que a qualidade de José pode ser muito lucrativa para o desejo de receber. A pessoa sente que se torna mais astuta, mais poderosa, mais útil e mais bem-sucedida do que outras. Não age de forma agressiva para receber, mas obtém através de deliberação: “Eu vendo-te isto e tu vendes-me aquilo.” É um desenvolvimento do ego.
É por isso que, quando a qualidade de José se mistura com o nosso desejo de receber, assim como José se misturou com o Egito, isso traz grandes lucros para aqueles que estão com ele no Egito, segundo a história, ou para a pessoa, ou seja, para a sua forma egoísta.
Na verdade, o lucro é tão grande que a pessoa desenvolve o desejo para utilizá-lo para receber, mas o humano em nós não pode concordar com isso. Foi o que aconteceu quando José chegou à casa de Potifar. Quando ele chegou à sua casa, estava tudo bem, mas com o que aconteceu com a esposa de Potifar, ultrapassou o limite, porque aqui o humano em nós vê que existe um desejo de explorá-lo para receber, ou seja, cortar a pessoa da sua fundação, e isso é algo com o qual não se pode concordar. Quando a pessoa discorda disso, sente-se impotente, aprisionada, encarcerada.
Essa sensação dura muito tempo e cresce através das “forças” estranhas, o copeiro chefe e o padeiro chefe, no estado de estar preso. Essas qualidades dentro de nós estão em contacto com o José em nós. Elas levam-no até Faraó e acompanham-no. A qualidade do padeiro chefe é destruída porque pertence às forças de doação do ego, com as quais José entende que não pode trabalhar. Mas as forças de recepção do ego—o copeiro chefe, que equivale ao vinho—são as que despertam. O copeiro chefe não salva José imediatamente, mas apenas depois que a pessoa desperta da queda, da descida.
Para subir de um nível para o próximo, sonhamos. Um sonho é um estado de perda do estado anterior e de alcançar um novo. A pessoa precisa ser invertida, renascer.
Existem três estados na pessoa: deitada, sentada e em pé. Estar deitado é o estado de sonhar. Nesse estado, a cabeça, o corpo e as pernas estão todos no mesmo nível, indicando que a pessoa não tem nem intelecto nem sabedoria. Mas é precisamente desta forma que a pessoa adquire os Kelim (vasos) do próximo nível e se torna invertida, assim como um bebé recém-nascido que sai do ventre da mãe: enquanto está no ventre, está com a cabeça para cima; quando se aproxima do nascimento, vira-se de cabeça para baixo, e, uma vez fora, volta a virar-se para cima.
Estar deitado significa perder toda a Mochin (luz de Hochma, sabedoria) dentro de si. É dessa forma que a pessoa se deve transferir de um estado para o outro. Por um lado, perde-se o nível anterior e, por outro, começa-se a adquirir o próximo nível, que se torna um mundo completamente novo para a pessoa. Esta é a visão interior com a qual se começa a compreender o significado de "amanhã", o próximo nível no qual se entra.
Não se trata de sonhos como os do nosso mundo. Aqui, a Torá fala-nos sobre a entrada num nível superior. No estado de sonho, a pessoa vê-se em formas mais avançadas, sabe como usar qualidades como as do copeiro chefe, do padeiro chefe e de Faraó, e pode avançar com elas porque essas qualidades já estão formadas dentro dela.
No final, quando José é preso por causa da esposa de Potifar, ele descobre dentro de si as qualidades do copeiro chefe e do padeiro chefe. É precisamente porque elimina a qualidade do padeiro chefe e desenvolve a qualidade do copeiro chefe que chega à casa de Faraó.
Ao longo da evolução das gerações, há ódio entre irmãos—entre Caim e Abel, entre Isaac e Ismael, e entre Jacó e Esaú. Esse ódio é definido como Klipa (casca/pele) e Kedusha (santidade). Nesta porção, há doze irmãos, os filhos de Jacó, que são qualidades humanas. Contudo, há um ódio tão grande entre eles que estão dispostos a matar a qualidade chamada José.
No entanto, o ódio é direcionado apenas a José. Eles entendem-se entre si. Cada um deles representa uma qualidade diferente dentro de nós. Temos muitas qualidades, mas não sabemos como integrá-las na linha do meio. Não conseguimos entender como trabalhar com as várias qualidades juntas, ou seja, com nossos egos, nossa desejo de receber.
O interessante sobre José é que ele diz aos irmãos: “A pessoa tem um desejo egoísta, e não as qualidades de doação que vocês têm. Ou seja, eu posso conectar as vossas qualidades ao desejo egoísta; eu sei como fazer isso.” Portanto, cada um que representa uma determinada qualidade sabe que através da doação vai alcançar algo, seja da direita ou da esquerda—para Hesed, para Gevura, para Tifferet, para Netzach, para Hod—exceto para Yesod.
Toda a estrutura dos doze irmãos, os doze filhos de Jacó, é que todos eles trabalham acima do ego, acima do desejo de receber, doando com o propósito de doar. Isso acontece porque a linha do meio, Jacó, que ainda pertence ao Rosh (cabeça), ao nível dos patriarcas, gera todas as qualidades dos irmãos, exceto a de José, e todos eles também estão em doação, de baixo para cima.
Perguntas e Respostas
Então, por que Jacó compreendia e até amava José?
Jacó amava José porque ele era uma continuação de si mesmo; ambos estavam na linha do meio—Jacó em Tiferet e José em Yesod.
O que significa que cada irmão representa uma certa qualidade?
Os doze filhos de Jacó são qualidades relacionadas à doação. Na verdade, são onze, porque José não possui uma qualidade própria; ele é apenas uma coleção dessas qualidades.
A ideia por trás da qualidade de José em nós é que é possível pegar em todas essas qualidades, combiná-las de diferentes maneiras e usá-las junto com o ego. Ou seja, a pessoa, pode começar a trabalhar com o ego de forma que ele também atue com essas qualidades, apoiando-as. Assim, é possível corrigir-se a si próprio. Essas qualidades, porém, não entendem como é possível "roubar" com a intenção de doar.
O que é uma qualidade? Roubar é uma qualidade, ou raiva e preguiça são qualidades?
Hesed, por exemplo, é a qualidade da doação. Num estado de Hesed, a pessoa está em Hassadim (misericórdia). Tal pessoa doa, contribui e faz tudo o que pode. Surge então a pergunta: “Como o ego de alguém se pode unir ao Hesed de alguém?” A pessoa pode doar, mas apenas se isso for para obter algum benefício. De fato, é assim que José é usado no Egito: primeiro na casa de Potifar, depois com o Faraó.
José traz-lhes a qualidade de Hassadim, e eles utilizam-na. O Egito torna-se rico e próspero através de José porque todos os egoístas entendem que a doação traz benefícios egoístas para todos.
No entanto, as próprias qualidades de doação não compreendem como é possível usar o ego para apoiá-las. Esta é a essência do contraste entre Abraão e Isaac, que amava Ismael porque a qualidade pura não consegue manter sua forma íntegra e, ao mesmo tempo, conectar-se com Malchut, o desejo de receber.
Há aqui um processo muito especial e complicado de ódio e desentendimentos entre eles. Mas José consegue conectar as qualidades de doação ao desejo de receber, de forma que, eventualmente, beneficie as qualidades de doação. Os irmãos—qualidades de doação dentro de nós—não entendem como isso é possível, e então opõem-se. Nós também não compreendemos como isso é possível.
A sabedoria da Cabala ensina-nos como usar corretamente as qualidades de doação para corrigir os nossos egos. Além da Cabala, ninguém lida com isso porque ninguém possui o método das três linhas. Todas as religiões, crenças e métodos aparentemente estão acima do ego; supostamente ascendemos acima do ego como se não fôssemos egoístas e estivéssemos completamente em doação.
Isso significa que o "eu" vive entre as duas linhas?
Sim, apenas as qualidades de José e Jacó. Jacó encontra-se nessa qualidade na linha do meio no Rosh, e José está no final da linha do meio, à entrada de Malchut, pois ele é Yesod. Em José, há contato com a casa do Faraó desde o início, e depois com o próprio Faraó. Por isso ele é incompreendido; os irmãos não conseguem sentir o que ele pretende fazer. Pensam que o seu contato com o ego, com o desejo de receber, os vai prejudicar.
Nós, também, somos iguais no interior, assim como a sociedade humana. Podemos perceber que todos odeiam a sabedoria da Cabala. Ninguém entende o que ela faz, nem mesmo para que serve, porque a Cabala lida com coisas estranhas: a correção do homem, a correção da alma. Parece irracional alguém pegar essas qualidades sublimes—doação e Divindade—e conectá-las ao ego, ao desejo de roubar, violar, até aos níveis mais baixos do ego. Mas é exatamente por isso que este método se chama “sabedoria da Cabala” (do hebraico recepção), pois ensina como usar o pior desejo de receber para alcançar o amor precisamente através dele.
Nenhum outro método pode alcançar a correção do homem, o estado de “Ama o teu próximo como a ti próprio.” É por isso que todos esquecem esta regra da Torá e não a praticam. Apenas a sabedoria da Cabala nos corrige. Devemos lembrar-nos que todos os que trabalham “acima” do ego—qualquer tipo de religião ou fé—não entendem como é possível corrigir o ego do homem, então realizam gestos superficiais sem mergulhar no ego e lidar genuinamente com ele. Não lidam com a essência: “Eu criei a inclinação ao mal; criei a Torá como tempero para ela.”
Nesta porção, vemos pela primeira vez o quão difícil é lidar com isso. Daqui em diante, vai haver uma razão para todas as ruínas, transgressões, os problemas no deserto e todas as guerras. O problema que ainda permanece é como unir adequadamente as qualidades de doação com as qualidades de recepção dentro de nós—como corrigir os nossos egos.
Podemos deduzir algo sobre o que está a acontecer no mundo hoje? Afinal, hoje o mundo também está num tipo de escravidão—somos escravos dos nossos egos. Quem é o José de hoje?
Os José de hoje são aqueles que possuem o método para corrigir o ego, que está a aparecer no mundo através da força superior. Ou seja, são aqueles que estudam a sabedoria da Cabala, como está escrito: “Eu criei a Torá como tempero para ela” porque “a luz nela vai corrigi-lo.” O método da luz é a sabedoria da Cabala, e é muito difícil explicá-lo ao mundo. Também é difícil aceitar que existe um caminho para corrigir o ego, o ódio mútuo, a crise que estamos a vivenciar, que é resultado dos nossos egos.
José não tentava explicar nada; ele foi simplesmente vendido como escravo, entrou no Egito e misturou-se ali. Por que precisamos explicá-lo hoje?
Hoje, é isso que precisamos fazer—explicar, disseminando a sabedoria da Cabala, que é chamada “o Shofar do Messias.” Devemos divulgá-la e espalhá-la pelo mundo porque, assim, ficamos incluídos nas nações do mundo, como José no Egito. Desta forma, semeamos as centelhas de doação que vão fazer todas as pessoas começarem a compreender o motivo de todos os problemas, até que eles também possam elevar-se.
Os problemas estão a intensificar-se e não há como evitá-los, porque a nossa queda, a nossa evolução, continua. Vai haver muitos mais problemas dos quais não vamos conseguir fugir. O estado atual das coisas é uma causa para a guerra. A guerra de Gog e Magog tem origem da mesma razão, assim como todas as nossas guerras. Estamos num ponto de viragem, e esta porção é muito pertinente e significativa.
O ponto focal do problema é o ódio entre irmãos (ódio infundado), e é esse o estado em que nos encontramos hoje. Por um lado, parece que não há nada que possamos fazer; o ódio existe entre as pessoas, assim como em relação à sabedoria da Cabala. Além disso, espera-se que ele se intensifique porque é difícil para as pessoas entenderem a sabedoria da Cabala, apesar de todas as explicações. Por outro lado, este ponto revela os dois opostos dentro de nós: a alma e o corpo. É impossível desconectá-los, e José é o ponto que os une.