Levítico, 26:3-27:34
Resumindo
A porção BeHukotai trata principalmente do tema da recompensa e do castigo para os filhos de Israel de acordo com o seu comportamento — se seguem ou não os caminhos do Criador. Está escrito: “Se andarem nos Meus estatutos e guardarem os Meus mandamentos, para os cumprir” (Levítico, 26:3). A porção começa com a apresentação da recompensa: “Então darei as vossas chuvas no seu tempo, e a terra dará os seus produtos, e as árvores do campo darão os seus frutos” (Levítico, 26:4). Em oposição, apresenta-se o castigo: “Mas se não Me ouvirem e não cumprirem todos estes mandamentos” (Levítico, 26:14), “vou designar terror sobre vós: a tuberculose e a malária” (Levítico, 26:16), e o pior castigo de todos — o exílio.
Se o povo de Israel se arrepender, o Criador promete lembrar-se do pacto que fez com eles e perdoá-los. Está escrito: “Mesmo assim, quando estiverem na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei, nem os abominarei ao ponto de os destruir, quebrando o mue Pacto com eles; pois Eu sou o Senhor, o seu Deus” (Levítico, 26:44). A porção termina com leis adicionais sobre votos, ostracismo, dízimos e outros assuntos.
Comentário do Dr. Michael Laitman
A questão da recompensa e do castigo não foi apresentada no início da Torá porque é impossível compreendê-la sem a capacidade de fazer escolhas livres. Sem essa capacidade, não faz sentido dar instruções sobre este tema. Primeiro, é necessário aprender as leis e os julgamentos. Depois, se forem cumpridos, haverá recompensa, e se não, haverá castigo. Não se pode punir antecipadamente. Primeiro é necessário alcançar o nível espiritual de passar do ódio infundado para o amor fraternal, para “ama o teu próximo como a ti próprio” [Talmude de Jerusalém, Seder Nashim, Tratado Nedarim, Capítulo 9, p. 30b.], que é toda a Torá. Este é o caminho que devemos percorrer: corrigir a nossa inclinação ao mal e transformá-la na boa inclinação, através da luz que reforma [“Através do seu estudo, a luz nela vai reformá-los” (Midrash Raba, Eicha, Introdução, Parágrafo 2)], estudando a sabedoria da Cabala, a sabedoria da luz.
A pessoa comum não tem livre arbítrio. Em vez disso, essa pessoa é “gerida” por Reshimot (registos), que são desejos e pensamentos que despertam no seu interior sem que saiba a sua origem. A pessoa simplesmente deseja algo sem saber de onde vem esse desejo, vivendo a sua vida com o objetivo de satisfazer o desejo que desperta no seu interior, sem qualquer capacidade de se elevar acima dessas Reshimot, esses fragmentos de dados, ou de os governar.
Essas pessoas não conseguem discernir e separar: “Quero isto, mas não quero aquilo...” como está escrito: “E não seguireis o vosso coração” (Números, 15:39). Em vez disso, agem por instinto natural, como parte do processo de desenvolvimento. Esse tipo de trabalho não requer recompensa ou castigo. É por isso que está escrito: “Eles são como animais” (Salmos, 49:13).
A pessoa começa a desenvolver-se através da Torá — ao estudar a sabedoria da Cabala e atrair a luz que reforma, corrigindo assim o coração. O coração são todos os desejos que devemos corrigir, passando de uma intenção de receber para uma intenção de doar, de amor aos outros, em favor do mundo e em equivalência de forma com o Criador — semelhante a Ele, tão bom quanto Ele é.
Não sentimos esta bondade porque está oculta de nós. Através do nosso ego, sentimos tudo como mau, como está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal”. É necessário adquirir um vasto conhecimento e experiência para nos corrigirmos, para que possamos controlar as nossas inclinações e pensamentos, direcionar essas luzes, essas forças superiores, e conectar-nos com a abordagem correta, em reciprocidade e parceria com o Criador. Através disso, aderimos ao Criador, conectamo-nos a Ele, compreendemos o propósito, o plano da criação, tudo o que está a acontecer e o processo que devemos atravessar.
No mundo físico, ensinamos as crianças até cerca dos vinte anos. Segundo a Torá, aos vinte anos, uma criança está preparada para tudo, ao contrário dos treze anos. Aos vinte anos, podemos controlar tudo e ser independentes. Esse nível dá-nos a capacidade de enfrentar qualquer correção na espiritualidade, perante a recompensa e o castigo.
Não podemos dizer à pessoa que nada sabe: “Tem cuidado ou serás castigado.” Essa pessoa é como uma criança pequena que não faz ideia do que está a ser pedido. Por isso, recompensa e castigo exigem uma preparação séria.
Esta porção surge depois da pessoa ter passado por muito: a saída da Babilónia, o desenvolvimento que levou ao exílio no Egito, a receção da Torá, e assim por diante. Após a aprendizagem no deserto, a pessoa parece elevar-se um pouco acima do ego, alcançando gradualmente o estado de recompensa e castigo.
Hoje, todo o mundo se encontra num processo e num sistema que são, na verdade, de recompensa e castigo. Todos os 613 Mitzvot (mandamentos) existem para corrigir o mal que há em nós em relação aos outros. Todos nós somos bons para nós próprios e, até certo ponto, maus para os outros. Devemos inverter isso, tornando-nos atenciosos apenas com os outros, porque esta é a única forma de passar do “amor ao próximo para o amor a Deus.” [Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “O Amor a Deus e o Amor ao Próximo,” p. 482.]
Muitas pessoas duvidam que seja sequer verdade que, se corrigirem a sua atitude em relação aos outros, tal como em “ama o teu próximo como a ti próprio”, que é a grande regra da Torá, todos os problemas e doenças, e todo o mal no mundo, serão corrigidos.
Será que podemos prevenir doenças e pragas ao corrigir as nossas relações? O clima vai mudar subitamente para melhor e viveremos no paraíso? Qual é a ligação entre tratar bem os outros e uma vida boa em todos os sentidos e níveis?
É assim que funciona: cumprir a lei “ama o teu próximo como a ti próprio” corrige tudo; não existem outras Mitzvot. Todas as 613 Mitzvot correspondem aos 613 desejos na nossa alma. Eles surgem quando começamos a corrigir e a elevar-nos acima da nossa “bestialidade” na correção do humano em nós, no desejo de nos conectarmos com os outros, de lhes dar abundância, desejando elevar-nos acima de nós próprios para descobrir o Criador.
À medida que conhecemos os 613 desejos da alma, descobrimos que todos eles são maus. Por isso dizemos durante os dias das Selihot (pedidos de perdão, dias especiais antes de Yom Kippur [Dia da Expiação]) e no Yom Kippur: “Somos culpados”, “Estamos em falta”, sem compreender de onde veio todo este mal.
Ao descobrirmos a nossa alma, percebemos primeiro que ela está fragmentada. É assim que a recebemos porque “Eu criei a inclinação ao mal.” [Talmude Babilónico, Tratado Kidushin, 30b.] Se corrigirmos estes desejos, não precisaremos de corrigir mais nada, e todos os problemas vão desaparecer.
Está escrito na porção que, se cumprirem os mandamentos, terão chuva no tempo certo, saúde e sucesso em tudo o que fizerem. Serão abençoados em tudo. Parece estranho que haja uma ligação entre a chuva e o bom comportamento, especialmente quando se trata de como tratamos os outros. No entanto, esta é a solução geral para todos.
De acordo com o desenvolvimento da humanidade, estamos num estado em que começamos a tomar controlo sobre os nossos destinos, algo que não tínhamos antes. É surpreendente porque sempre nos desenvolvemos através de desejos que surgiam do nosso interior.
Hoje, no entanto, estamos a entrar numa situação muito especial em que o próximo nível está a aparecer para nós: o nível do mundo “redondo,” integral, onde todos estão interligados, e onde surge a obrigação de ser “como um só homem com um só coração” [RASHI, Êxodo, 19b.].
Pela primeira vez na história, devemos implementar esta lei, e não apenas em Israel, mas em todo o mundo. Por isso, devemos falar sobre isso, explicar a todos, aprender, ensinar e ser a “luz das nações” (Isaías, 42:6). Devemos transmitir a luz que corrige a inclinação ao mal, e assim o mundo inteiro vai alcançar a correção desejada.
Perguntas e Respostas
Se posso ver e sentir a recompensa ou o castigo, não há necessidade de explicação. Se por engano colocar a mão no fogo, naturalmente irei retirá-la. Mas se não posso ver nem sentir a transgressão, qual é o propósito de explicá-la? Não posso cumprir aquilo que desconheço, então para que servem a recompensa e o castigo, e para quem é a explicação?
Não estamos a falar de colocar a mão no fogo. Estamos a falar da correcção dos nossos desejos egoístas. Cada desejo atrai-nos para aquilo que nos parece bom, levando-nos a lucrar à custa dos outros, a considerar apenas a nós próprios e a ignorar tudo o que acontece fora de nós. É assim que nos sentimos naturalmente, ou seja, como se o mundo tivesse sido criado para o nosso prazer pessoal. No entanto, a Torá exige o oposto – que nos elevemos acima do ego e nos transformemos em “amar o próximo como a nós mesmos”.
Por esta razão, devemos alcançar Arvut (garantia mútua) entre nós, pois Arvut foi a condição inicial para a recepção da Torá. Arvut significa que penso em todos e respondo por eles. Parece como se a Arvut implicasse assinar por todos e ser responsável pelo que cada um faz. Isto parece irrazoável. No entanto, é o nível que devemos alcançar. É a correcção que, inevitavelmente, devemos obter.
O mundo está a avançar. A cada dia descobrimos que está a mudar no sentido de nos exigir isto. A Torá explica que, se o fizermos, tudo será bom, e se não o fizermos, seremos castigados. E se formos completamente indignos, seremos exilados.
O exílio é um afastamento total. É um estado em que se vive uma vida difícil, de separação e sofrimento. Esses sofrimentos são como os tormentos impostos por Faraó, que nos conduzem de volta ao objetivo, tal como foi dito sobre Faraó, que “aproximou os filhos de Israel do nosso Pai nos Céus”.
["Quem fez Israel aproximar-se do seu Pai nos Céus? Foi Faraó, como está escrito: ‘E Faraó aproximou-se’” (Zohar para Todos, BeShalach (Quando Faraó Enviou), item 67)]
A partir deste ponto, tentamos mais uma vez elevar-nos ao nível da escolha.
O melhor seria aprendermos antecipadamente o que fazer e como o fazer, e do que isso depende. Precisamos de conhecer a lei geral da realidade através da sabedoria da Cabala, que explica como as forças atuam sobre nós, como estão organizadas e como nos criam e educam, primeiro como embriões e depois como crianças em crescimento.
À medida que avançamos para esse estado, devemos assumir as leis desta vasta realidade e cumpri-las de forma consciente e voluntária. Ou seja, devemos transformar os nossos desejos, como está escrito: “Faz o teu desejo ser como o Seu desejo”. [Mishnah, Seder Nezikin, Masechet Avot, Capítulo 2, Mishnah 4]
O mundo encontra-se hoje num estado muito difícil. Se observarmos onde estamos e o que está diante de nós, sentiremos a obrigação de dar esse salto de fé e difundir a sabedoria da Cabala.
Do Zohar: Se Andarem nos Meus Estatutos
"Se andarem nos Meus estatutos." “Nos Meus estatutos” refere-se a Malchut, o lugar do qual dependem os juízos da Torá, como está escrito: “Guardareis os Meus estatutos.” Malchut é chamada “lei”, pois nela estão incluídos os juízos da Torá. “Guardareis os Meus Mandamentos.” Um mandamento é outro lugar elevado, Zeir Anpin, ao qual esse estatuto, Malchut, se adere. Assim, o superior e o inferior unem-se. Os estatutos em Malchut estão nos mandamentos em Zeir Anpin, e todas as Mitzvot [mandamentos] da Torá, todos os juízos da Torá e todas as santidades da Torá estão ligados a estes, Zeir Anpin e Malchut, pois a Torá escrita é Zeir Anpin e a Torá oral é Malchut. Zohar para Todos, BeHukotai (Nos Meus Estatutos), item 16
Malchut é chamada a "Assembleia de Israel" porque reúne todas as nossas almas. Também é chamada Shechina (Divindade), pois nela encontra-se o Criador. Ela revela-se através da lei da equivalência de forma.
O Criador é chamado "O Sagrado, Bendito Seja", Zeir Anpin. Para Malchut, Ele é o seu Superior, e o superior é sempre considerado o “emanador”. O nosso trabalho é apenas corrigir Malchut (reino/realeza), como está escrito: “Para corrigir [e também estabelecer] o mundo no reino de Shadai [o Senhor].” [Likutey Moharan (Colectânea de Sermões de Rabi Nachman de Breslev), Parte 1, 17.]
O mundo está oculto e devemos torná-lo revelado. Shadai significa She Dai (o suficiente), ou seja, sob limitações. Quando Malchut se adere a Zeir Anpin, ocorre um Zivug (acoplamento), uma conexão entre eles. Isso vai unir o Criador e a Shechina, Zeir Anpin e Malchut, a lei e o mandamento, a Torá escrita e a Torá oral. Tudo se vai conectar.
A Torá não é aquilo que conhecemos como um livro impresso ou um texto em pergaminho. A Torá é a revelação do Criador à criatura. Conforme o nosso nível de revelação, temos a Torá escrita e a Torá oral, seja ao nível de Malchut, seja ao nível de Zeir Anpin. O Zohar trata da nossa ascensão desde as almas dispersas nos mundos Beria, Yetzira, Assiya, até à reunião das nossas almas, desejos, anseios de revelar o Criador e elevar-nos ao Seu nível, quando todos nos reunimos em Malchut, a Assembleia de Israel. Pela força do nosso desejo de estarmos juntos, compelimos Malchut a elevar-se até Zeir Anpin e a unir-se com Ele. Assim, alcançamos Dvekut (adesão) com o Criador.
Será que recompensa e castigo indicam onde não estamos a agir de acordo com as leis da natureza, e por isso a natureza age desfavoravelmente para connosco?
Vivemos no mundo que construímos para nós. Mesmo agora, estamos perante a luz do Ein Sof (Infinito). O mundo é uma projecção das nossas próprias qualidades. O Criador preenche tudo; nós apenas sentimos o mundo exterior e os outros. Ou seja, sentimos apenas as nossas próprias qualidades — inanimado, vegetativo, animal e falante — que projectam diferentes matizes sobre a luz abstracta, que vemos como a imagem do mundo.
Não temos noção de quão imersos estamos nesta representação, nesta ilusão. Construímos o nosso mundo por nós próprios. A sabedoria da Cabala escreve frequentemente sobre isto, como no “Prefácio ao Livro do Zohar”, de Baal HaSulam, e no Portão das Intenções, do ARI.
Hoje, até a ciência afirma que, na medida em que nos corrigimos, vemos um mundo oposto. Se mudarmos uma das nossas qualidades de má para boa, veremos um mundo diferente. É assim que corrigimos todos os desejos que a luz que reforma nos revela. Naturalmente, é impossível corrigi-los sozinho, mas podemos pedir a correção e identificarmo-nos com ela, e assim alcançar o estado corrigido.
Ou seja, o nível animal no qual a humanidade se encontra atualmente deve desaparecer e elevar-se a um nível superior, chamado Adam (humano). Só então compreenderemos verdadeiramente o que são a recompensa e o castigo, e sentiremos isso.
Quando e como ocorrerá essa transformação?
Apenas através da disseminação da sabedoria da Cabala, como os Cabalistas escrevem. Foi por isso que os Cabalistas a ocultaram até agora, como Baal HaSulam escreve no seu ensaio ‘Tempo de Agir’. Hoje, devemos divulgar esta sabedoria e corrigir-nos a nós próprios, bem como trabalhar para a correção do mundo, tornando-nos assim uma "luz para as nações".
Este é o fluxo natural da humanidade?
Sem dúvida. Este é o futuro de toda a humanidade. Num futuro próximo, todos teremos de fazer essa mudança. Primeiro, o povo de Israel vai dissipar o anti-semitismo e a atitude negativa em relação a Israel que hoje prevalece no mundo.
Na verdade, o anti-semitismo é uma atitude natural, que apenas se vai agravar à medida que o ego cresce e o povo de Israel atrasar a correção. Israel será culpado pelo fato de o mundo não estar em boas condições. Isto está ordenado desta forma desde o alto. O mundo sente-o de forma inconsciente, e testemunhamos reflexos dessa acusação diariamente.
Do Zohar: Sete Vezes Mais pelos Vossos Pecados
O amor sublime do Criador por Israel é como o de um rei que tinha um único filho, que pecou contra ele. Certo dia, ele pecou diante do rei. O rei disse: "Durante todos estes dias castiguei-te, mas não aceitaste. De agora em diante, vê o que farei contigo. Se te expulsar da terra e te tirar do reino, podem atacar-te ursos no campo, ou lobos selvagens, ou assassinos que te podem destruir do mundo. Que devo fazer então? Em vez disso, tu e eu sairemos da terra."
"Tu e eu deixaremos a terra e iremos para o exílio." Isto é o que o Criador disse a Israel: "O que farei convosco? Castiguei-vos, mas não ouvistes; enviei inimigos em guerra e malfeitores para vos ferirem, mas não ouvistes. Se vos tirar da terra sozinhos, receio que vários ursos e vários lobos se levantem contra vós e vos destruam do mundo. Mas que farei então? Assim, vós e Eu deixaremos a terra e iremos para o exílio, como está escrito: ‘E castigar-vos-ei’, para que sigais para o exílio. E se disserdes que vos abandonarei, Eu também estou convosco." [Zohar para Todos, BeHukotai (Nos Meus Estatutos), itens 49-50]
O texto acima não se refere ao exílio de uma porção de terra onde vivemos e a que chamamos “a terra de Israel”. Pelo contrário, trata-se do exílio da terra espiritual de Israel. A palavra Eretz (terra) deriva da palavra Ratzon (desejo). Ysrael (Israel) vem das palavras Yashar El (direto a Deus). O nosso objectivo é corrigir todos os nossos 613 desejos, um a um, para que todos se orientem Yashar El, com o propósito de doar, tal como o Criador.
Este estado é chamado “a terra de Israel completa”. Enquanto desejarmos corrigir os nossos desejos para que sejam Israel, seremos dignos de estar nesses desejos, bem como na terra física de Israel. Baal HaSulam escreve que recebemos a terra de Israel e o Estado de Israel como um adiantamento, para que possamos começar a correção. No entanto, ainda não o conquistamos verdadeiramente e, se não realizarmos a correção, ela ser-nos-á retirada.