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Excertos Selecionados das Fontes

Convenção Mundial de Cabala - Maio 2025 "Conectar-se a ‘Não Há Nada Além Dele’"

Lição 6: A Oração de Muitos Para revelar o “Um”

Excertos Selecionados das Fontes


 1. RABASH, Artigo Nº 15 (1986), “A Oração de Muitos”

"O Zohar. Ele aconselha aquelas pessoas com uma exigência interna, que não conseguem aceitar o estado em que se encontram porque não veem progresso no trabalho de Deus, e acreditam no que está escrito (Deuteronómio 30:20): "Amar o Senhor teu Deus, ouvir a Sua voz e aderir a Ele; pois isso é a tua vida e a duração dos teus dias." Eles veem que lhes falta amor e Dvekut [adesão], e não sentem a vida na Torá nem sabem como encontrar conselho para as suas almas para sentirem nos seus órgãos aquilo que o texto nos diz.
O conselho é pedir por todo o coletivo. Ou seja, tudo o que a pessoa sente que lhe falta e pelo qual pede preenchimento, ela não deve dizer que é uma exceção ou que merece mais do que o coletivo tem. Pelo contrário, "Eu habito entre o meu povo", ou seja, estou a pedir por todo o coletivo porque desejo chegar a um estado em que não terei nenhuma preocupação comigo próprio, mas apenas que o Criador tenha contentamento. Portanto, não me faz diferença se o Criador tem prazer comigo ou se pode receber o mesmo prazer de outros.
Ou seja, ele pede ao Criador que nos dê um tal entendimento, que é chamado "totalmente para o Criador". Isso significa que ele terá a certeza de que não se está a enganar a si próprio ao querer fazer doação ao Criador, que talvez esteja realmente a pensar apenas no seu próprio amor-próprio, ou seja, que vai sentir o deleite e o prazer.
Por isso, ele ora pelo coletivo. Isso significa que, se houver algumas pessoas no coletivo que possam alcançar o objetivo de Dvekut [Adesão] com o Criador, e isso trouxer ao Criador mais contentamento do que se ele próprio fosse recompensado com a aproximação do Criador, ele exclui-se a si próprio. Ao invés, deseja que o Criador os ajude, porque isso trará mais contentamento ao Alto do que pelo seu próprio trabalho. Por essa razão, ele ora pelo coletivo, para que o Criador ajude todo o coletivo e lhes dê essa sensação, de que recebem satisfação por poderem doar ao Criador, trazendo-Lhe contentamento.
E como tudo requer um despertar de baixo para cima, ele dá o despertar de baixo para cima, e outros vão receber o despertar do Alto, a quem quer que o Criador saiba que será mais benéfico para o Criador.
Conclui-se que, se ele tiver a força para pedir tal oração, certamente vai enfrentar um verdadeiro teste, se ele concorda com tal oração. No entanto, se ele sabe que o que está a dizer é apenas da boca para fora, o que pode ele fazer quando vê que o corpo discorda de tal oração para ter uma doação pura sem um vestígio de receção?
Aqui há apenas o famoso conselho, orar ao Criador e acreditar acima da razão que o Criador pode ajudá-lo, a ele e a todo o coletivo."


2. RABASH, Artigo Nº 15 (1986), “A Oração de Muitos”

"Agora podemos entender a importância de uma oração de muitos, como está escrito, "Eu habito entre o meu povo." O Zohar diz: "A pessoa nunca se deve afastar das pessoas, pois a misericórdia do Criador está sempre sobre todas as pessoas em conjunto." Isso significa que, se alguém pede ao Criador que lhe dê Kelim [vasos] de doação, como disseram os nossos sábios, "Como Ele é misericordioso, também tu sê misericordioso", deve-se orar por todo o coletivo. Porque então é evidente que o seu objetivo é que o Criador lhe dê Kelim [vasos] de doação pura, como foi escrito, "A misericórdia do Criador está sempre sobre todo o povo em conjunto." Sabemos que não há entrega de meia coisa vinda do Alto. Isso significa que, quando a abundância é dada de cima para baixo, é para todo o coletivo."


3. ABASH, Artigo Nº 7 (1986), "A Importância da Oração de Muitos"

"Baal HaSulam explicou o assunto de uma oração de muitos como uma pessoa que ora por muitos; isto é chamado “uma oração de muitos”. Por isso, uma oração de muitos é chamada “um tempo de boa vontade”. Quando a pessoa ora por si própria, há calúnia e questões sobre se a sua oração é verdadeiramente digna de ser aceite. Mas quando ora pelo público, torna-se irrelevante examiná-lo e verificar se ele é digno de ter a sua oração respondida.
Por isso se disse que a oração de muitos é chamada “um tempo de boa vontade” e a sua oração é respondida."


4. RABASH, Artigo nº 217, "Corre, Meu Amado"

"É uma grande regra que a própria pessoa é chamada «criatura», ou seja, apenas ela própria. Para além dela, já é considerado a sagrada Shechina. Disso resulta que, quando a pessoa ora pelos seus contemporâneos, é como se estivesse a orar pela sagrada Shechina, que está no exílio e necessita de todas as salvações. Este é o significado da eternidade, e precisamente desta forma a luz da misericórdia pode ser revelada.
Outra razão pela qual devemos orar apenas pelo colectivo é a necessidade de revelar a luz da misericórdia, que é a luz da doação. É uma regra que nada pode ser recebido sem equivalência. Pelo contrário, deve haver sempre equivalência.
Assim, quando ela evoca misericórdia para si própria, conclui-se que está envolvida na recepção para seu benefício. E quanto mais ora, não só não está a preparar o Kli [vaso] da equivalência, mas, pelo contrário, formam-se nela centelhas de recepção.
Conclui-se que ela segue o caminho oposto: enquanto deveria preparar Kelim [vasos] de doação, está a preparar Kelim [vasos] de recepção. «Apega-te aos Seus atributos» significa precisamente: «Assim como Ele é misericordioso, também tu és misericordioso.»
Portanto, quando ora pelo colectivo, através dessa oração ela envolve-se na doação. E quanto mais ora, nessa medida forma Kelim [vasos] de doação, através dos quais a luz da doação, chamada «misericordiosa», pode ser revelada.
Ao receber a luz da misericórdia, há a capacidade de, mais tarde, revelar a qualidade de «agradável»."


5. Zohar para Todos, Introdução ao Livro do Zohar, "Torá e Oração", Item 183

"A oração que proferimos é a correcção da sagrada Shechina, para expandir abundância, para satisfazer todas as suas carências, pois, assim, todos os pedidos são formulados no plural, como «E concede-nos conhecimento acerca de Ti» ou «Faz-nos regressar, nosso Pai, à Tua lei».
Isto acontece porque a oração é por todo o Israel, uma vez que tudo o que existe na sagrada Shechina está presente em todo o Israel. E o que lhe falta, falta a todo o Israel. Disso resulta que, quando oramos por todo o Israel, oramos pela sagrada Shechina, pois são o mesmo. Assim, antes da oração, devemos contemplar as carências na Shechina, para saber o que precisa de ser corrigido e preenchido nela."


6. Zohar para Todos, VaYechi [Jacob Viveu], "Reuni-vos, para que possa dizer-vos", Itens 514-516

"Todas as orações no mundo, orações de muitos, são orações. Mas uma oração solitária não entra perante o Rei Sagrado, salvo com grande força. Isto porque, antes que a oração entre para ser coroada no seu lugar, o Criador observa-a, examina-a e considera os pecados e méritos dessa pessoa, o que Ele não faz com uma oração de muitos, onde várias orações não provêm dos justos, e todas entram perante o Criador sem que Ele repare nas suas iniquidades.
«Ele considerou a oração do desamparado.» Ele examina a oração e observa-a de todos os lados, considerando com que desejo a oração foi feita, quem é a pessoa que orou e quais são as suas ações. Por isso, devemos proferir a oração no colectivo, pois Ele não despreza a sua oração, mesmo que nem todas estejam com intenção e vontade do coração, como está escrito: «Ele considerou a oração do desamparado.» Assim, Ele observa apenas a oração de um indivíduo, mas com a oração de muitos, não despreza a sua oração, mesmo que sejam indignos.
«Ele considerou a oração do desamparado» significa que Ele aceita a sua oração, mas é um indivíduo misturado com muitos. Assim, a sua oração é como uma oração de muitos. E quem é o indivíduo misturado com muitos? É Jacó, pois ele contém ambos os lados, direita e esquerda, Abraão e Isaac, e chama os seus filhos e ora a sua oração por eles.
E qual é a oração completamente atendida no Alto? É a oração para que os filhos de Israel não pereçam no exílio. Isto porque toda oração a favor da Shechina é recebida em pleno. E quando Israel está no exílio, a Shechina está com eles. É por isso que a oração é considerada em favor da Shechina e é plenamente aceite."


7. Zohar para Todos, VaYetze [E Jacob Saiu], "Recordar e Visitar", Itens 284-285

"Onde quer que a pessoa faça a sua oração, deve incorporar-se no colectivo, no múltiplo colectivo, como está escrito sobre o Sunamita, quando Eliseu lhe disse: «Queres que se fale por ti ao rei ou ao capitão do exército?» «Queres que se fale por ti ao rei», pois esse dia era a festa do primeiro dia do ano, e o dia em que Malchut do firmamento governa e sentencia o mundo. Nesse momento, o Criador é chamado «O rei da sentença», e é por isso que ele lhe disse: «Queres que se fale por ti ao rei», pois chamou o Criador «Rei».
E ela disse: «Eu habito entre o meu povo.» Ou seja, ela disse: «Não desejo ser mencionada acima, mas colocar a minha cabeça entre as multidões e não me separar do colectivo.» Da mesma forma, o homem deve incluir-se no colectivo e não se destacar como único, para que os caluniadores não o olhem e mencionem os seus pecados."


8. RABASH, Artigo n.º 5 (1991), “O que significa no trabalho, 'As Boas Acções dos Justos São as Gerações'?"

"Pedimos ao Criador que nos dê força para que possamos realizar todas as nossas ações por Ti, ou seja, em benefício do Criador. Caso contrário, se Tu não nos ajudares, todas as nossas ações serão apenas para nosso próprio benefício. Ou seja, «Se não», ou seja, «Se Tu não nos ajudares, todas as nossas ações serão apenas para nós próprios, para nosso próprio benefício, pois somos incapazes de superar o nosso desejo de receber. Portanto, ajuda-nos a sermos capazes de trabalhar para Ti. Portanto, Tu deves ajudar-nos.» Isto é chamado «Faz pelo Seu Benefício», ou seja, faz isto, dá-nos o poder do desejo de doar. Caso contrário, estamos condenados; permaneceremos no desejo de receber para nosso próprio benefício."