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Excertos Selecionados das Fontes

Convenção Mundial de Cabala - Maio 2025 "Conectar-se a ‘Não Há Nada Além Dele’"

Lição 2: Acreditar que o Criador é ‘O Bom Que Faz O Bem’

Excertos Selecionados das Fontes


1. RABASH, Artigo N.º 1 (1987), "’O Bom que Faz O Bem’, aos Maus e aos Bons"

Dizemos, “E todos acreditam”, etc., “o Bom Que Faz O Bem, aos maus e aos bons”. Devemos compreender isto no trabalho, ou seja, aqueles que desejam aproximar-se do Criador e que consideram isso como “bom”, o que significa que isto é tudo o que esperam: serem recompensados com a Dvekut [adesão] com o Criador. Então por que devemos interpretar aqui “aos maus e aos bons”? Ou seja, por que são considerados “maus” se falamos de uma pessoa que deseja alcançar o bem, que ela considera como a Dvekut [Adesão] com o Criador? E, consequentemente, o que consideramos como o nível de “bom”?
Para compreender isto, precisamos primeiro de considerar o propósito da criação, que sabemos ser “fazer o bem às Suas criaturas”. Assim, quando dizemos, “E todos acreditam”, etc., “O Bom Que Faz O Bem”, significa, como disseram os nossos sábios, que “a conduta do Bom é fazer o bem”. E, no entanto, acreditamos que Ele faz o bem aos maus e aos bons, ou seja, que também os maus vão receber o deleite e o prazer.
De acordo com o significado mais simples, devemos dizer que “maus” são aquelas pessoas que fazem mal aos outros, ou seja, que se preocupam apenas com o seu próprio bem-estar e não com a doação. “Bons” são aquelas pessoas que gostam de fazer o bem aos outros; estas são as pessoas chamadas “boas”. Por esta razão, devemos interpretar “o Bom, que faz o bem aos maus e aos bons” como significando que as pessoas más, que estão imersas no amor-próprio, também vão receber o deleite e prazer.
De acordo com a regra que aprendemos, que houve uma restrição e ocultação sobre os vasos de receção para receber para seu próprio benefício, de modo a que a luz não brilhe novamente nesse lugar e esse permaneça um espaço desprovido de luz, e essa restrição é chamada Tzimtzum Aleph [primeira restrição], que nunca será revogada, mas apenas o Tzimtzum Bet [segunda restrição] será revogado, e quem recebe para seu próprio benefício nunca vai receber, então, como pode então ser verdade “faz o bem aos maus e aos bons”? Afinal, eles não têm Kelim [vasos] para receber a abundância superior, chamada “fazer o bem às Suas criaturas”.
Baal HaSulam disse uma vez que há dois tipos de Kelim [vasos] na pessoa: 1) Kelim [vasos] de doação, 2) Kelim [vasos] de receção, que a Cabala chama Kelim de Panim [vasos anteriores], que são Kelim [vasos] de doação, e Kelim de Achoraim [vasos posteriores], que são Kelim [vasos] de receção. Os Kelim [vasos] de doação são chamados “vasos bons”, e há pessoas que podem corrigir-se apenas com vasos de doação. Isto significa que apenas com Kelim [vasos] de doação podem direcionar a sua intenção para a doação, e não mais. Outras são recompensadas com um nível superior, ou seja, conseguem ter a intenção de doação também com os vasos de receção.
De acordo com o acima exposto, devemos interpretar o significado de “Bom, que faz o bem aos maus e aos bons” como significando que a pessoa deve acreditar que o Criador dá ajuda do Alto, como disseram os nossos sábios: “Aquele que vem para se purificar é auxiliado”. Portanto, quando pedem ao Criador que lhes dê a força para direcionar as suas ações para a doação, para fazer uma oração completa, ou seja, que o Criador os ajude a ter o poder de superar em doação, até mesmo sobre os seus Kelim [vasos] de receção, de modo que também estes sejam para a doação, isso é chamado “aos maus”, ou seja, aos Kelim [vasos] de receção. E “aos bons” significa os Kelim [vasos] de doação. Ambos devem ter a intenção para o Criador.
Agora podemos entender por que se pode dizer da pessoa que deseja que o Criador a aproxime do Seu trabalho, para que possa direcionar o seu trabalho para o Criador, que os Kelim [vasos] de receção (que são chamados “Kelim [vasos] maus”) também se aproximem do Criador, nós chamamos-lhes “maus”. Conclui-se que, quando falamos de Kelim [vasos] maus que serão corrigidos para a doação, isso é um nível superior ao “bom”, pois “bom” significa que deseja que o Criador lhe dê o poder de prevalecer sobre eles e de ter a intenção de os direcionar para a doação.


2. Baal HaSulam, Shamati, Artigo Nº 34, “A Vantagem de uma Terra em Tudo”

"Sabemos através dos livros e dos autores que o Criador é benevolente. Isto significa que a Sua orientação se manifesta aos inferiores como a do Bom Que Faz o Bem, e é nisso que devemos acreditar.
Portanto, quando a pessoa examina as condutas do mundo e começa a examinar-se a si própria ou aos outros, vendo como sofrem sob a Providência em vez de se deleitar, como seria apropriado de acordo com o Seu Nome, O Bom Que Faz o Bem, nesse estado é-lhe difícil dizer que a Providência age de forma boa e benevolente e a enche de abundância.
Contudo, é necessário entender que, nesse estado, quando não conseguem dizer que o Criador só concede o bem, são considerados ímpios porque o sofrimento leva-os a condenar o seu Criador. Apenas quando veem que o Criador lhes concede prazeres é que justificam o Criador. Como disseram os nossos sábios: “Quem é justo? Aquele que justifica o seu Criador”, ou seja, aquele que diz que o Criador governa o mundo de forma justa."


3. Baal HaSulam, Carta N.º 55

““Justo”. Refere-se à pessoa que se encontra no mundo do Criador, mas que recebe sempre sensações boas e agradáveis, e está em constante prazer. Por esta razão, bendiz sempre o Criador, que a criou para a agraciar com um mundo tão bom e aprazível. Certamente que também não precisa de proferir explicitamente por palavras, pois os próprios sentimentos são as bênçãos com que bendiz o Criador. […] É por isso que é chamada de “justo”, pois justifica a criação e sente-a tal como ela verdadeiramente é."


4. RABASH, Artigo N.º 28 (1987), "O que é Não Acrescentar nem Retirar no Trabalho?"

"Ele deve acreditar acima da razão e imaginar que já foi recompensado com a fé no Criador, sentida nos seus órgãos, e que vê e sente que o Criador orienta todo o mundo como O Bom Que Faz O Bem. Embora, quando olha dentro da razão, veja o oposto, deve ainda assim trabalhar acima da razão e deve parecer-lhe como se já pudesse sentir nos seus órgãos que assim é realmente, que o Criador orienta o mundo como O Bom Que Faz O Bem.
Aqui ele adquire a importância do objetivo, e daqui recebe vida, ou seja, alegria por estar próximo do Criador. Então, a pessoa pode dizer que o Criador é bom e faz o bem."


5. Baal HaSulam, Carta N.º 1

"Todos acreditam na Providência particular, mas não aderem a ela de forma alguma.
A razão é que um pensamento alheio e vil… não pode ser atribuído ao Criador, que é o epítome de “O Bom Que Faz O Bem”. Contudo, apenas aos verdadeiros servos do Criador se revela o conhecimento da Providência privada, que foi Ele que causou todas as razões que a precederam, tanto as boas como as más. Então, eles aderem à Providência privada, pois todos os que estão conectados ao puro são puros.
Uma vez que o Guardião está unido com aqueles que Ele guarda, não há divisão aparente entre o mau e o bom. Todos são amados e todos estão clarificados, pois são todos portadores dos Kelim [vasos] do Criador, prontos para glorificar a revelação da Sua singularidade. Isso é conhecido pelos sentidos, e, nessa medida, eles têm conhecimento, no fim, de que todas as ações e pensamentos, tanto bons como maus, são portadores dos Kelim [vasos] do Criador. Ele preparou-os, surgiram da Sua boca, e no fim da correção será conhecido por todos.
Todavia, no intervalo, há um exílio longo e ameaçador. O principal problema é que, quando a pessoa vê alguma ação errada, cai do seu nível (e apega-se à famosa mentira esquecendo-se que é como um machado na mão do lenhador). Em vez disso, pensa em si próprio como o autor dessa ação e esquece a razão de todas as consequências, Aquele de quem tudo provém, e que não há outro operador no mundo além d’Ele.
Esta é a lição. Embora ele o soubesse inicialmente, ainda assim, na hora da necessidade, não conseguirá manter essa consciência  para atribuir tudo à causa, que sentencia ao lado do mérito."


6. RABASH, Artigo N.º 44 (1990), "O que é uma Guerra Opcional, no Trabalho - 2?"

"A pessoa deve acreditar que este estado de ocultação, no qual não sente que há um Rei para o mundo, foi criado pelo Criador, e isso é chamado “a correção do Tzimtzum [restrição]”. Contudo, deve acreditar e fazer grandes esforços até sentir nos seus órgãos que o Criador é o líder do mundo. E não apenas um líder! Pelo contrário, deve acreditar que a Sua orientação é na forma de O Bom Que Faz o Bem. A pessoa deve fazer tudo o que puder para alcançar isto."


 7. Baal HaSulam, Shamati, Artigo Nº 16, “O que são ‘O Dia do Senhor’ e a ‘Noite do Senhor’ no trabalho?”

"Aqueles que aguardam ‘o dia do Senhor’ estão à espera de receber uma fé acima da razão, que seja tão forte como se vissem com os próprios olhos, com total certeza, que o Criador conduz o mundo na forma de o ‘Bom que Faz o Bem’.
Ou seja, eles não desejam ver como o Criador conduz o mundo como ‘O Bom que Faz o Bem’, pois ver contradiz a fé. A fé é precisamente onde algo está acima da razão. E quando alguém age contra a sua razão, isso é chamado de “fé acima da razão.”
Isso significa que eles acreditam que a orientação do Criador sobre as criaturas é na forma de ‘O Bom que Faz o Bem’. Embora não o vejam com total certeza, não dizem ao Criador: “Queremos ver a qualidade de ‘O Bom que Faz o Bem’ como se fosse algo dentro da razão.” Ao invés, desejam que permaneça neles como fé acima da razão, mas pedem ao Criador que lhes conceda força suficiente para que essa fé seja tão forte como se fosse percebida dentro da razão, sem diferença entre a fé e o conhecimento no intelecto. É isto que aqueles que desejam aderir ao Criador chamam de ‘o dia do Senhor’."


8. RABASH, Artigo N.º 28 (1988), "O que é, a Sua Orientação é Oculta e Revelada?"

"É-nos dito para acreditar na Sua orientação, que Ele lidera o mundo como O Bom Que Faz o Bem. Devemos acreditar que o propósito da criação reside no Seu desejo de fazer o bem às Suas criaturas. Devemos acreditar, mesmo que soframos com o que nos é dado a sentir pela Providência. Contudo, devemos acreditar que os castigos que sofremos por não cumprir as Mitzvot [mandamentos/boas ações] do Criador, que o Criador nos ordenou, estas punições não se devem a vingança, como acontece entre os seres de carne e sangue, que punem porque a sua honra foi manchada quando as suas ordens são desobedecidas. Pelo contrário, trata-se de uma questão de correção.
Ou seja, os tormentos que a pessoa sofre por não cumprir os mandamentos do Criador devem-se ao facto de que a doação da Torá e das Mitzvot foi para o benefício do homem. Através delas, ele deve receber Kelim [vasos] que possam receber o deleite e o prazer que o Criador preparou para as criaturas."