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Baal HaSulam

Shamati
1. Não Há Nada Além Dele 2. Shechina [Divindade] no Exílio 3. Relativamente à Realização Espiritual 4. Qual é a Razão da dificuldade que a Pessoa sente aquando da anulação perante o Criador no trabalho? 5. Lishma é um despertar do Alto, e por que precisamos de um despertar de baixo? 6. Qual é o Apoio da Torá no Trabalho 7. O que significa no trabalho “O Hábito transforma-se na segunda natureza”? 8. Qual é a Diferença entre uma Sombra de Kedusha e uma Sombra de Sitra Achra? 9. Quais são as três coisas que ampliam a Sabedoria de uma pessoa no trabalho? 10. O que é “Apressa-te Meu Amado” no trabalho? 11. Relativamente ao conceito de “Ter deleite no Temor”, no trabalho 12. A Essência do Trabalho da Pessoa 13. Relativo à Romã 14. O que é a Romemut [Sublimidade] do Criador? 15. O Que São “Outros Deuses” no Trabalho? 16. O que são ‘O Dia do Senhor’ e a ‘Noite do Senhor’ no trabalho? 17. O que significa que a Sitra Achra [o outro lado] é chamado de “Malchut [Reino] sem coroa” 18.  A Minha Alma Vai Chorar em Segredo - 1 19. O que é “O Criador odeia os corpos”, no trabalho? 20. Relativamente à questão de Lishma [Pelo Seu Benefício] 21. Quando a Pessoa se Sente num estado de Ascensão 22. Torá Lishma 23. Vós que amais o Senhor, odiai o mal 24. Ele vai salvá-los das Mãos dos Ímpios 25. Coisas que vêm do Coração 26. O futuro da pessoa depende e está ligado à gratidão pelo passado 27. O que significa “O Senhor é Elevado e os Inferiores Vão Vê-lo” - 1 28. Não vou morrer, mas viver 29. Quando a pessoa se encontra em contemplação 30. O mais importante é querer apenas a doação 31. Todo aquele com quem o ‘espírito das pessoas’ está satisfeito. 32. Uma ‘sorte’ é um despertar do Alto 33. O assunto das ‘sortes’, que ocorreu no dia de Yom Kippur, e com Hamã 34. “A Vantagem de uma Terra em Tudo” 35. Relativamente à vitalidade da Kedusha [Santidade] 36. O que são os Três ‘Corpos’ no Homem 37. Um Artigo para Purim 38. O Temor de Deus é o Seu Tesouro 39. E Coseram Folhas de Figueira 40. Qual é a Medida de Fé no Rav? 41. O que é a Pequenez e a Grandeza na Fé 42. O que Significa o Acrónimo ELUL no trabalho? 43. Relativamente à Verdade e à Fé 44. Intelecto e Coração 45. Dois Discernimentos na Torá e no Trabalho 46. O Domínio de Israel sobre as Klipot 47. No Lugar Onde Encontrar a Sua Grandeza 48. A Base Principal 49. O mais importante é o Intelecto e o Coração 50. Dois Estados 51. Se Encontrar este Vilão 52. Uma transgressão não apaga a Mitzva 53. Relativamente à Limitação 54. O Objetivo do Trabalho - 1 55. Onde está a menção de Hamã na Torá 56. A Torá é chamada de Orientação 57. Vai aproximá-lo do Seu Desejo 58. A alegria é o "reflexo" das boas ações. 59. Relativamente ao Cajado e à Serpente 60. Uma Mitzva que vem através de uma transgressão 61. Ao seu redor ruge uma forte tempestade 62. Desce e Instiga, Ascende e Queixa-se 63. Pediram emprestado em meu nome, e eu pagarei 64. De Lo Lishma, Chegamos a Lishma 65. Relativamente ao ‘Revelado' e ao ‘Oculto’ 66. Relativamente à Entrega da Torá 67. Afaste-se do Mal 68. A Conexão do Homem às Sefirot 69. Primeiro vai Acontecer a Correção do Mundo 70. Com uma Mão Poderosa e Fúria Derramada 71. A Minha Alma vai Chorar em Segredo - 2 72. A Confiança é o Revestimento para a Luz 73. Depois do Tzimtzum 74. Relativamente a “Mundo, Ano, Alma” 75. Existe o discernimento do “Mundo Vindouro” e o discernimento “Deste Mundo” 76. Em todas as suas ofertas, deve oferecer sal 77. A Sua Alma vai Ensiná-lo 78. A Torá, o Criador e Israel são Um 79. Atzilut e BYA 80. Relativamente a Achor be Achor [Posterior com Posterior] 81. Relativamente a Elevar MAN 82. A Oração que Devemos Sempre Orar 83. Relativamente ao Vav direito e ao Vav esquerdo 84. O que significa 'Ele Expulsou o Homem do Jardim do Éden para que Não Tirasse da Árvore da Vida'? 85. O que é um Fruto da “Árvore Formosa” no Trabalho? 86. E Eles construiram ‘Arei Miskenot’ 87. Shabbat Shekalim 88. Todo o trabalho ocorre apenas onde existem dois caminhos 89. Para compreender as palavras do Zohar 90. O Zohar, Beresheet 91. Relativo ao “substituível” 92. Explicar o Discernimento da Sorte 93. Relativo às Barbatanas e Escamas 94. E Guardareis as Vossas Almas 95. Relativamente à Remoção da Orla [Prepúcio] 96. O que são os Resíduos do Celeiro e da Adega no Trabalho? 97. Resíduos do Celeiro e da Adega 98. A Espiritualidade é Chamada ‘O que Nunca Será Anulado’ 99. Ele não disse ‘Ímpio’ ou ‘Justo’ 100. A Torá Escrita e a Torá Oral - 1 101. Um comentário sobre o Salmo: “Para o Vencedor sobre ‘Shoshanim’ [Lírios]’” 102. E tomareis para vocês o fruto da árvore formosa [Etz Hadar] 103. Aquele cujo coração o dispõe 104. O Destruidor Estava Sentado 105. Um discípulo sábio bastardo tem precedência sobre um Sumo Sacerdote ‘am haaretz’ [ignorante, comum] 106. O que Indicam as Doze Chalot [Pães do Shabbat] 107. Relativamente aos Dois Anjos 108. Se Me Deixares Por Um Dia, Eu Vou Deixar-te por Dois Dias 109. Dois Tipos de Carne 110. Um Campo que o Senhor Abençoou 111. Hevel [fôlego], Kol [som] e Dibur [discurso] 112. Os Três Anjos 113. Shmone Esrei [A Oração das Dezoito Bênçãos] 114. Relativamente à Oração 115. ‘Inanimado’, ‘Vegetativo’, ‘Animal’ e ‘Falante’ 116. Aquele que Disse: “As Mitzvot não requerem Intenção” 117. Esforcei-me e Não Encontrei? Não Acredite. 118. Para Compreender a Questão dos Joelhos que se reverenciaram perante ‘Baal’ 119. Aquele Discípulo Que Aprendeu em Segredo 120. A Razão Para Não Comer Nozes no Rosh HaShana 121. Ela é Como Navios Mercantes 122. Compreender o Que Está Escrito no Shulchan Aruch 123. Relativamente à questão do seu divórcio e da sua posse ocorrem simultaneamente 124. Um Sabbat de Bereshit e dos Seis Mil Anos 125. Aquele Que Deleita o Shabbat 126. Um Sábio Chegou à Cidade 127. A Diferença entre “Cerne”, “Eu” e “Abundância Acrescentada” 128. Desde esta Galgalta Goteja Orvalho para Zeir Anpin 129. A Shechina [Divindade] no Pó 130. Tiberíades dos Nossos Sábios, Boa é a Tua Visão 131. Aquele que Vem Para Se Purificar 132 . No Suor do Teu Rosto Comerás o Pão - 1 133. As Luzes do Shabbat 134. O Vinho Que Causa Embriaguez 135. Os Puros e Justos Não Matam 136. A Diferença Entre as Primeiras Letras e as Últimas Letras 137. Zelofeade estava a recolher lenha 138. Relativamente ao Temor e Medo que Por Vezes a Pessoa Sente 139. A Diferença entre os Seis Dias de Trabalho e o Shabbat 140. Como Amo a Tua Torá 141. Relativamente ao Feriado da Pesach 142. A Essência da Guerra 143. Apenas Bondade para Israel 144. Há Um Determinado Povo 145. O que Significa que Ele Vai dar Sabedoria Especificamente aos Sábios? 146. Um Comentário ao Zohar 147. O Trabalho de Receção e de Doação 148. O Escrutínio de Amargo e Doce, Verdadeiro e Falso 149. Porque Precisamos de Expandir Hochma 150. Cantem ao Senhor pois Ele Fez o Orgulho 151. E Israel Viu os Egípcios 152. Pois o Suborno Cega os Olhos dos Sábios 153. O pensamento é o Resultado do Desejo 154. Não Pode Haver um Espaço Vazio no Mundo 155. A Pureza do Corpo 156. Para Que Não Tomasse da Árvore da Vida 157. Eu Estou a Dormir, mas o Meu Coração Está Desperto 158. A Razão para Não Comer na Casa dos Outros na Pesach [Páscoa Judaica] 159. E Aconteceu Que, Após Muitos Dias 160. A Razão Para Ocultar o Matzot 161. Relativamente à Entrega da Torá - 2 162. Relativamente ao Hazak que Dizemos Depois de Completar a Série 163. O Que Disseram os Autores do Zohar 164. Qual a Diferença Entre a Corporeidade e a Espiritualidade 165. Uma Explicação sobre o Pedido de Elisha a Eliyahu 166. Dois Discernimentos na Realização 167. A Razão Pela Qual é Chamado “Shabbat Teshuva” 168. Os Costumes de Israel 169. Relativamente ao ‘Justo Completo’ 170. Não Terá No Seu Bolso Uma Pedra Grande 171. No Zohar, Emor - 1 172. A Questão das Prevenções e dos Atrasos 173. Por que dizemos LeChaim 174. Ocultação 175. E se o Caminho For Muito Longo Para Si 176. Ao Beber Brandy depois da Havdala 177. Relativamente às Expiações 178. Três Parceiros no Homem 179. Relativamente às Três Linhas 180. No Zohar, Emor - 2 181. Relativamente à Honra 182. Moisés e Salomão 183. O Discernimento do Messias 184. A Diferença entre Fé e Intelecto 185. Sobre o Ignorante Está o Temor do Shabbat 186. Faça do Seu Shabbat um Dia da Semana, e não Precisa das Criações 187. Escolha o Esforço 188. Todo o Trabalho Ocorre Apenas Onde Existem Dois Caminhos - 2 189. A Ação Afeta o Pensamento 190. Cada Ação Deixa Uma Impressão 191. O Tempo da Descida 192. Relativamente às ‘Sortes’ 193. Uma Muralha Que Serve Ambos 194. Os Sete Completos 195. Se For Merecedor, Apressá-lo-ei 196. Uma Base Para os Externos 197. Livro, Autor, História 198. Liberdade 199. Cada Homem de Israel 200. Relativamente à Hizdakchut do Masach 201. Espiritualidade e Corporeidade 202. No Suor do Teu Rosto Comerás o Pão - 2 203. O Orgulho do Homem Vai Humilhá-lo 204. O Objetivo do Trabalho - 2 205. A Sabedoria Clama nas Ruas 206. Relativamente à Fé e Prazer 207. Relativamente à Receção Para Fazer Doação 208. Relativamente ao Esforço 209. Três Condições na Oração 210. Uma Bela Imperfeição Que Há Em Ti 211. Como se Estivesse Perante o Rei 212. Abraçar a Direita e Abraçar a Esquerda 213. Relativo ao Reconhecimento da Carência 214. Reconhecido nos Portões 215. Relativamente à Fé 216. Direita e Esquerda 217. Se Eu Não o Fizer, Quem o Fará por mim? 218. A Torá e o Criador São Um 219. Devoção 220. Sofrimento 221. Múltiplas Autoridades 222. A Parte Que é Dada à Sitra Achra, Para a Separar da Kedusha 223. Vestimenta, Saco, Mentira, Amêndoa 224. Yesod de Nukva e Yesod de Dechura 225. Elevando-se a Si Próprio 226. A Torá Escrita e a Torá Oral - 2 227. A Recompensa Para uma Mitzva, uma Mitzva 228. Peixe Antes da Carne 229. Os Bolsos de Haman 230. O que significa “O Senhor é Elevado e os Inferiores Vão Vê-lo” - 2 231. A Pureza dos Vasos de Receção 232. Completando do Esforço 233. Perdão, Desculpas e Expiação 234. Aquele que Interrompe as Palavras de Torá e se Envolve em Conversa 235. Olhar Para o Livro de Novo 236. Os Meus Adversários Amaldiçoam-me Todo o Dia 237. Porque Ninguém Me Pode Ver e Viver 238. Feliz é o homem Que Não Te Esquece e o Filho do Homem Que se Esforça Em Ti 239. A Diferença Entre Mochin de Shavuot e Mochin de Shabbat durante a Mincha 240. Procura os Que Te Procuram Quando Eles Procurarem a Tua Face 241. Chama Por Ele Quando Ele Estiver Perto 242. Qual a Importância de Deleitar um Pobre Num Dia Bom? 243. Examinar a Sombra na Noite de Hosha’ana Rabbah 244. Todos os Mundos 245. Antes da Criação do Recém-Nascido 246. Uma Explicação Acerca da Sorte 247. Um Pensamento é Considerado Nutrição 248. Que o Seu Amigo Comece

Michael Laitman

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3.Relativamente à Realização Espiritual


Eu Ouvi

É possível perceber muitos níveis e discernimentos nos Olamot [Mundos]. Devemos saber que tudo o que se relaciona com discernimentos e níveis fala da realização das almas, com respeito ao que elas recebem dos Olamot [Mundos]. Isto segue a regra: “O que não alcançamos, não nomeamos”. Isto porque a palavra “nome” indica ‘realização’, tal como uma pessoa que dá nome a algum objecto depois de ter alcançado algo sobre ele, e de acordo com a sua ‘realização’.
Portanto, relativamente à realização espiritual, a realidade em geral divide-se em três discernimentos: 
a) ‘Atzmuto’ [O Seu Eu]
b) ‘Ein Sof’ [Infinito]
c) ‘Neshamot’ [As Almas]
a) Nunca falamos de ‘Atzmuto’, dado que a raiz e o lugar das criaturas começa no pensamento da criação, onde estão incorporadas na forma: “O fim de uma ação está no pensamento preliminar”.
b) ‘Ein Sof’ diz respeito ao pensamento da criação, que é “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criaturas”. Isto é considerado Ein Sof, e é a conexão existente entre ‘Atzmuto’ [O Seu Eu] e ‘Neshamot’ [As Almas]. Percebemos esta conexão como um “desejo de deleitar as criaturas”.
‘Ein Sof’ [Infinito] é o princípio. É chamado “uma luz sem Kli [vaso]”, no entanto, lá está a raiz das criaturas, ou seja, a conexão entre o Criador e as criaturas, chamada “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações.” Este desejo começa no mundo de ‘Ein Sof’ e expande-se até ao mundo de ‘Assiya’.
c) ‘Neshamot’ [As Almas], que são aqueles que recebem o bem que Ele deseja fazer.
Ele é chamado ‘Ein Sof’ [Infinito] porque esta é a conexão entre ‘Atzmuto’ [O Seu Eu] e ‘Neshamot’ [As Almas], que percebemos como “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criaturas”. Não temos outra Dibur [Discurso/Expressão] senão aquela conexão de desejo de desfrutar, e isso é o início do envolvimento, chamado “luz sem Kli[vaso]”.
No entanto, começa ali a raiz das criaturas, ou seja, a conexão entre o Criador e as criaturas, chamada “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”. Este desejo começa no mundo de ‘Ein Sof’ [Infinito] e expande-se até ao mundo de ‘Assiya’.
Em si mesmos, todos os Olamot [Mundos] são considerados ‘luz sem Kli [vaso]’, onde não há Dibur [Discurso/Expressão]. Eles são discernidos como ‘Atzmuto’ [O Seu Eu], e não há realização neles.
Não admira que aí percebamos muitos discernimentos. Isto acontece porque esses discernimentos estão lá em potencial. Depois, quando ‘Neshamot’ [As Almas]chegam, esses discernimentos vão aparecer ‘Neshamot’ [As Almas]que recebem as luzes superiores, de acordo com o que corrigiram e organizaram. Assim, ‘Neshamot’ [As Almas] podem recebê-los, cada uma de acordo com a sua capacidade e qualificação. Nesse momento, esses discernimentos vão aparecer na realidade. No entanto, enquanto ‘Neshamot’ [As Almas]’ não alcançarem a Ohr Elyon [Luz Superior], elas, por si próprias, são consideradas ‘Atzmuto’ [O Seu Eu].
Relativamente ‘Neshamot’ [As Almas]que recebem dos Olamot [Mundos], os Olamot [Mundos] são considerados ‘Ein Sof’ [Infinito]. Isto porque essa conexão entre os Olamot [Mundos] e ‘Neshamot’ [As Almas], ou seja, o que os Olamot [Mundos] dão às ‘Neshamot’ [As Almas], expande a partir do pensamento da criação, que é uma correlação entre ‘Neshamot’ [As Almas] e ‘Atzmuto’ [O Seu Eu].
Essa conexão é chamada ‘Ein Sof’ [Infinito]. Quando oramos ao Criador e Lhe pedimos para nos ajudar para que nos dê o que desejamos, relacionamo-nos com o discernimento de ‘Ein Sof’ [Infinito]. Lá está a raiz das criaturas, que deseja conferir-lhes deleite e prazer, chamado “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”.
A oração é dirigida ao Criador que nos criou, e o Seu Nome é “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”. Ele é chamado ‘Ein Sof’ [Infinito] porque isto remete para a Dibur [Discurso/Expressão] que está antes da restrição. Mesmo após a restrição, não acontece alteração Nele, pois não há mudança na luz, e Ele permanece sempre com este nome.
A proliferação de nomes é apenas em relação aos receptores. Assim, o primeiro nome que apareceu, ou seja, a raiz, para as criaturas, é chamado ‘Ein Sof’ [Infinito]. Este nome permanece imutável, e todas as restrições e as múltiplas mudanças surgem apenas em relação aos receptores, mas Ele brilha sempre no primeiro nome chamado “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criaturas”, infinitamente.
É por isso que oramos ao Criador, chamado ‘Ein Sof’ [Infinito], que brilha sem restrição ou fim. O fim, que aparece mais tarde, são correções para os receptores, para que possam receber a Sua luz.
A Ohr Elyon [Luz Superior] consiste em dois discernimentos:Masig [aquele que alcançou] e Musag [o que foi alcançado]. Tudo o que dizemos em relação à Ohr Elyon [Luz Superior] diz respeito apenas a como Masig [aquele que alcançou] foi impactado pelo Musag [o que foi alcançado]. No entanto, em si mesmos, ou seja, apenas Masig [aquele que alcançou] e Musag [o que foi alcançado], não são chamados ‘Ein Sof’ [Infinito]. Ao invés, Musag [o que foi alcançado] é chamado ‘Atzmuto’ [O Seu Eu], e Masig [aquele que alcançou] é chamado ‘Neshamot’ [As Almas], sendo um novo discernimento, que é uma parte do todo. É novo no sentido de que o desejo de receber está inscrito nele. Nesse sentido, a criação é chamada ‘iesh me ein’ [existência a partir da ausência].
Por si mesmos, todos os Olamot [Mundos] são considerados uma unidade simples, e não há mudança na Divindade. Este é o significado de  “Eu, HaVaYa [Senhor], não mudo”. Não existem Sefirot ou Behinot [discernimentos] na Divindade. Mesmo as denominações mais subtis não se referem à luz em si própria, pois esta é uma perceção de Atzmuto, onde não há realização espiritual. Ao invés, todas as Sefirot e os discernimentos falam apenas sobre o que uma pessoa alcança nelas. Isto ocorre porque o Criador quis que alcançássemos e entendêssemos a abundância como “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações.”
Para que pudéssemos alcançar o que Ele queria que alcançássemos e o compreendêssemos como “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”, Ele criou e conferiu-nos estes sentidos, e esses sentidos alcançam as suas impressões da Ohr Elyon [Luz Superior].
Assim, foram-nos dados muitos discernimentos, dado que o sentido geral chamado “o desejo de receber” se divide em muitos detalhes, conforme a medida em que os receptores são capazes de receber. Dessa forma, encontramos muitas divisões e detalhes chamados ascensões e descidas, expansão e partida, etc.
Dado que o desejo de receber é chamado ‘criatura’ e um novo discernimento, a expressão começa precisamente do lugar onde o desejo de receber começa a receber Dibur [Discurso/Expressão]. O Dibur [Discurso/Expressão] são discernimentos, partes das impressões. Pois aqui já existe uma correlação entre a luz e o desejo de receber.
Isto é chamado de “luz e Kli [Vaso]”. No entanto, não há Dibur [Discurso/Expressão] na “luz sem Kli [Vaso]”, uma vez que uma luz que não é alcançada pelo receptor é considerada ‘Atzmuto’ [O Seu Eu], onde a Dibur [Discurso/Expressão] é proibida, pois é inalcançável, e como podemos nomear o que não alcançamos?
A partir disso aprendemos que, quando oramos ao Criador para que nos envie salvação, cura, etc., há duas coisas que devemos distinguir: 1) o Criador, 2) aquilo que se expande Dele.
No primeiro discernimento, considerado ‘Atzmuto’ [O Seu Eu], a Dibur [Discurso/Expressão] é proibida, como já dissemos acima. No segundo discernimento, aquilo que se expande Dele, que é considerado a luz que se expande para os nossos Kelim [Vasos], ou seja, para o interior do desejo de receber, é o que chamamos de ‘Ein Sof’ [Infinito]. Esta é a conexão do Criador com as criaturas, sendo “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”. O desejo de receber é considerado a luz em expansão que finalmente alcança o desejo de receber.
Quando o desejo de receber recebe a luz em expansão, a luz em expansão é chamada ‘Ein Sof’ [Infinito]. Ela alcança os receptores através de várias coberturas para que o inferior possa recebê-la.
Acontece que todos os discernimentos e as mudanças ocorrem especificamente no receptor, em relação à forma como o receptor é impressionado por eles. No entanto, devemos discernir sobre o que estamos a falar. Quando falamos de discernimentos nos Olamot [Mundos], trata-se de discernimentos potenciais. Quando o receptor alcança esses discernimentos, eles são chamados de “reais”.
A realização espiritual acontece quando o Masig [aquele que alcançou] e Musag [o que foi alcançado] se unem, pois sem Masig [aquele que alcançou] a realização, não há forma no Musag [o que foi alcançado] , uma vez que não há ninguém para obter a forma do que foi Musag [o que foi alcançado]. Portanto, este discernimento é considerado ‘Atzmuto’ [O Seu Eu], onde não há lugar para qualquer expressão. Por isso, como podemos dizer que o que pode ser Musag [o que foi alcançado] tem a sua própria forma?
Só podemos falar a partir do momento em que os nossos sentidos são impressionados pela luz em expansão, que é “O Seu desejo de fazer o bem às Suas criaturas,” e que chega às mãos dos receptores na realidade.
Da mesma forma, quando examinamos uma mesa, o nosso sentido do tato sente-a como algo duro, e a sua altura e largura, tudo de acordo com os nossos sentidos. No entanto, isso não implica que a mesa vá aparecer da mesma forma para alguém que tenha outros sentidos. Por exemplo, aos olhos de um anjo, quando ele examina a mesa, verá de acordo com os seus sentidos. Por esta razão, não podemos determinar qualquer forma em relação a um anjo, uma vez que não conhecemos os seus sentidos.
Assim, dado que não temos realização no Criador, não podemos dizer qual é a forma dos Olamot [Mundos] na Sua perspetiva. Só alcançamos os Olamot [Mundos] de acordo com os nossos sentidos e sensações, pois era a Sua vontade que O alcançassemos assim.
Este é o significado de “Não há mudança na luz”. Em vez disso, todas as mudanças ocorrem nos Kelim [Vasos], ou seja, nos nossos sentidos. Medimos tudo de acordo com a nossa imaginação. A partir disto concluímos que, se muitas pessoas examinarem uma coisa espiritual, cada uma alcançá-la-á de acordo com a sua imaginação e sentidos, percebendo, assim, uma forma diferente.
Além disso, a própria forma vai mudar numa pessoa de acordo com os seus ascensos e descidas, pois como dissemos acima, a luz é luz simples e todas as mudanças ocorrem apenas nos receptores.
Que possamos merecer receber a Sua luz e seguir os caminhos do Criador, e servi-Lo não para receber recompensa, mas para dar contentamento ao Criador e elevar a Shechina [Divindade] do pó. Que sejamos recompensados com Dvekut [adesão] com o Criador e a revelação da Sua Divindade às Suas criaturas.