Lição Encontro Local #36 - Continuação do Curso sobre o trabalho num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Encontro Local #36 - Continuação do Curso sobre o trabalho num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Esta semana, continuamos o estudo de textos cabalísticos autênticos em grupo, particularmente na nona semana sobre o artigo "A Liberdade" pelo Rabino Yehuda Leib Ha-Levi Ashlag (Baal HaSulam). Além disso, vamos sumarizar e discutindo os tópicos abordados no "Curso Prático do trabalho num Grupo Cabalístico".

Conteúdo da Lição
Materiais

Na primeira parte do Encontro local, vamos voltar novamente a um ponto chave do artigo: 

Seguir o Coletivo Enquanto Mantém a Singularidade Individual

Na segunda parte, continuaremos um tema central no "Curso das Prático do trabalho num Grupo Cabalístico" na quarta-feira:

Os Princípios de Conexão no Grupo Cabalístico

Encontro Local

"A Liberdade"


"A Liberdade"

Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam

Uma Lei para Todos os Mundos

Embora a sabedoria da Cabala não mencione nada sobre o nosso mundo corpóreo, ainda assim, há somente uma única lei para todos os mundos (como está escrito no artigo “A Essência da Sabedoria da Cabala”, na secção “A Lei da Raiz e do Ramo”). Assim, todas as entidades corpóreas do nosso mundo, ou seja, tudo o que está dentro deste espaço, seja inanimado, vegetativo, animal, objeto espiritual ou objeto corpóreo, se quisermos distinguir o ser único de cada uma delas, como diferem umas das outras, mesmo na menor partícula, resume-se apenas a esse “desejo de receber”. Esta é toda a sua forma particular, do ponto de vista da criação gerada, limitando-a em quantidade e qualidade. Como resultado, existe nela uma força de atração e uma força de rejeição.
No entanto, tudo o que existe nela além destas duas forças é considerado como a abundância proveniente da Sua essência. Essa abundância é igual para todas as criaturas e não apresenta qualquer inovação em relação à criação, pois expande-se como “existência a partir da existência”[iesh me iesh].
Também não pode ser atribuída a nenhuma unidade em particular, mas apenas às coisas que são comuns a todas as partes da criação, pequenas ou grandes. Cada uma delas recebe dessa abundância conforme o limite do seu desejo de receber, e é esse limite que define cada indivíduo e unidade.
Assim, provei de forma evidente — de uma perspetiva puramente científica — o eu (ego) de cada indivíduo através de um método científico e completamente à prova de críticas, mesmo segundo o sistema dos fanáticos materialistas automáticos. A partir de agora, não precisamos mais desses métodos frágeis impregnados de metafísica.
E, naturalmente, não faz diferença se esta força do desejo de receber é um resultado e fruto da matéria que a produziu através da química, ou se a matéria é um resultado e fruto dessa força. Isto porque sabemos que o principal é que apenas esta força, impressa em cada ser e átomo do desejo de receber, dentro dos seus limites, é a unidade pela ele qual se separa e distingue do seu ambiente. Isto aplica-se tanto a um único átomo como a um grupo de átomos, denominado “corpo”.
Todas os outros discernimentos que excedem essa força não estão de forma alguma relacionados com essa partícula ou grupo de partículas, no que diz respeito a si mesmos, mas apenas no que diz respeito ao todo, que é a abundância que expande do Criador, comum a todas as partes da criação em conjunto, sem distinção de corpos criados específicos.
Agora compreendemos a questão da liberdade do indivíduo, de acordo com a definição do primeiro fator, que denominamos de “origem”, onde todas as gerações anteriores, que são os pais e antepassados desse indivíduo, imprimiram a sua natureza. Como esclarecemos, o significado da palavra “indivíduo” resume-se aos limites do desejo de receber, impressos no seu grupo de moléculas.
Assim, vemos que todas as tendências herdadas dos seus antepassados não são mais do que limites do seu desejo de receber, relacionadas ou com a sua força de atração, ou com a força de rejeição, que nos aparecem como tendências à avareza ou à generosidade, uma tendência para socializar ou ser eremita, e assim por diante.
Por esta razão, essas tendências são verdadeiramente o seu eu (ego), lutando pela sua existência. Assim, se erradicarmos até mesmo uma única tendência desse indivíduo, seremos considerados como se estivéssemos a cortar um órgão verdadeiro da sua essência. É também considerado uma perda genuína para toda a criação, já que não há outro igual, nem haverá alguém como ele em todo o mundo.
Depois de termos esclarecido a fundo o direito legítimo do indivíduo segundo as leis naturais, vejamos como é prático, sem comprometer a teoria da ética e da governação. E, mais importante: como este direito é aplicado pela nossa sagrada Torá.


Seguir o Coletivo

As escrituras dizem: “Segue o coletivo.” Isto significa que, sempre que haja uma disputa entre o coletivo e o indivíduo, somos obrigados a decidir de acordo com o desejo do coletivo. Assim, vemos que o coletivo tem o direito de expropriar a liberdade do indivíduo.
Contudo, deparamo-nos aqui com uma questão ainda mais grave do que a anterior. Parece que esta lei faz a humanidade regredir ao invés de avançar. Isto porque, enquanto que a maior parte da humanidade está subdesenvolvida, e os desenvolvidos são sempre uma pequena minoria, se a decisão for sempre determinada pelo desejo da maioria que são os subdesenvolvidos e imprudentes, as opiniões e os desejos dos sábios e desenvolvidos na sociedade, que são sempre a minoria, nunca serão ouvidos nem levados em consideração. Assim, o destino da humanidade fica selado na regressão, incapaz de dar sequer um único passo em frente.
No entanto, conforme explicado no artigo “A Paz,” na secção “Necessidade de Praticar Cautela com as Leis da Natureza,” dado que somos ordenados pela Providência a levar uma vida social, tornamo-nos obrigados a observar todas as leis relativas à manutenção da sociedade. E, se formos negligentes, ainda que ligeiramente, a natureza vai vingar-se em nós, independentemente de compreendermos ou não as razões dessas leis.
Podemos constatar que não existe outra forma de organização para viver em sociedade para além de seguir a lei de “Seguir o coletivo,” que põe em ordem todas as disputas e tribulações sociais. Assim, esta lei é o único instrumento que confere sustentabilidade à sociedade. Por essa razão, é considerada uma das Mitzvot [mandamentos] naturais da Providência, e devemos aceitá-la e mantê-la meticulosamente, independentemente da nossa compreensão.
Isto é semelhante às restantes Mitzvot da Torá: todas elas são leis da natureza e da Sua Providência que nos chegam de cima para baixo. Já descrevi (“A Essência da Sabedoria da Cabala,” “A Lei da Raiz e do Ramo”) como toda a realidade que se manifesta na natureza deste mundo existe apenas porque deriva de leis e condutas dos mundos espirituais superiores.
Agora podemos compreender que as Mitzvot da Torá não são senão leis e condutas estabelecidas nos mundos superiores, que são as raízes de todas as condutas da natureza neste nosso mundo. Por conseguinte, as leis da Torá coincidem sempre com as leis da natureza neste mundo, como duas gotas de água. Assim, provamos que a lei “Seguir o coletivo” é uma lei da Providência e da natureza.


Discussão Aberta

Relativamente à pergunta de Avihu e Michael, como se relaciona com este princípio de "seguir o coletivo"? Na corporeidade? Na Espiritualidade?

Então, como entendeu o conceito "seguir o coletivo"?

Qual é a sua impressão acerca das "leis da natureza"?

Das dicas de Avihu e Michael sobre o que está por vir, está entusiasmado para aprender sobre seguir o Cabalista?


Os Princípios de Conexão no Dez


Perguntas do Workshop

1) Partilhe um exemplo pessoal que tenha deixado uma impressão em si.

2) O que podemos fazer para aumentar a importância dos amigos?

3) Qual dos princípios desta semana ressoa pessoalmente com você, e por quê?


Até Amanhã!