Lição Encontro Local #35 - Continuação do Curso de trabalho prático num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Encontro Local #35 - Continuação do Curso de trabalho prático num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Esta semana, continuamos o estudo de textos cabalísticos autênticos em grupo, particularmente a oitava semana sobre "A Liberdade" do Rabino Yehuda Leib Ha-Levi Ashlag (Baal HaSulam). Além de rever e trabalhar os tópicos discutidos no "Curso de trabalho prático num Grupo Cabalístico".

Conteúdo da Lição
Materiais

Na primeira parte do Encontro local, vamos voltar novamente a um ponto-chave do artigo: 

O Desejo de Receber — Existência a partir da Ausência

Na segunda parte, vamos continuar um tema central no "Curso de trabalho prático num Grupo Cabalístico" na quarta-feira:

Os Princípios da Conexão no Grupo Cabalístico

Encontro Local

"A Liberdade"

Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam

O Desejo de Receber—”Existência a Partir da Ausência” [iesh me ein]

Para avançarmos um passo em frente de forma científica, precisamos apenas da sabedoria da Cabala. Isto porque todas as ciências e ensinamentos do mundo estão incluídos na sabedoria da Cabala. No que diz respeito às luzes e aos vasos espirituais (no comentário da Árvore da Vida, Ramo 1), aprendemos que a principal inovação, do ponto de vista da criação, que Ele criou como ”Existência a Partir da Ausência” [iesh me ein], aplica-se a um único aspeto, definido como o “desejo de receber.” Todas as outras substâncias em toda a criação não são de todo inovações; não são ”Existência a Partir da Ausência” [iesh me ein], mas sim “existência a partir da existência”[iesh me iesh]. Isto significa que elas derivam diretamente da Sua essência, tal como a luz que se estende do sol. Também aí não há novidade, uma vez que o que se encontra no núcleo do sol se projeta para o exterior.
No entanto, o desejo de receber é uma inovação completa. Antes da criação, não existia tal coisa na realidade, uma vez que Ele não possui a qualidade do desejo de receber, pois antecede tudo... então, de quem receberia Ele?
Por esta razão, este desejo de receber, que Ele extraiu como ”Existência a Partir da Ausência” [iesh me ein], é uma inovação completa. Mas tudo o resto não é considerado uma inovação que se possa chamar de “criação.” Assim, todos os vasos e corpos, tanto dos mundos espirituais como dos mundos físicos, são considerados substância espiritual ou corpórea cuja natureza é desejar receber.


Duas Forças no Desejo de Receber: Uma Força Atrativa e uma Força Repulsiva


É necessário discernir ainda, que distinguimos duas forças nessa força chamada “desejo de receber”:
1) A força de atração.
2) A força repulsão.
A razão prende-se com o facto de que cada corpo ou vaso, definido como o desejo de receber, ser limitado, ou seja, limitado na quantidade e qualidade do que pode receber. Por conseguinte, toda a quantidade e qualidade que estão fora dos seus limites parecem estar contra a sua própria natureza; daí que as rejeite. Assim, esse “desejo de receber”, embora seja considerado uma força de atração, é obrigada a tornar-se também uma força de repulsão.


Uma Lei para Todos os Mundos

Embora a sabedoria da Cabala não mencione nada sobre o nosso mundo corpóreo, ainda assim, há somente uma única lei para todos os mundos (como está escrito no artigo “A Essência da Sabedoria da Cabala”, na secção “A Lei da Raiz e do Ramo”). Assim, todas as entidades corpóreas do nosso mundo, ou seja, tudo o que está dentro deste espaço, seja inanimado, vegetativo, animal, objeto espiritual ou objeto corpóreo, se quisermos distinguir o ser único de cada uma delas, como diferem umas das outras, mesmo na menor partícula, resume-se apenas a esse “desejo de receber”. Esta é toda a sua forma particular, do ponto de vista da criação gerada, limitando-a em quantidade e qualidade. Como resultado, existe nela uma força de atração e uma força de rejeição.
No entanto, tudo o que existe nela além destas duas forças é considerado como a abundância proveniente da Sua essência. Essa abundância é igual para todas as criaturas e não apresenta qualquer inovação em relação à criação, pois expande-se como “existência a partir da existência”[iesh me iesh].
Também não pode ser atribuída a nenhuma unidade em particular, mas apenas às coisas que são comuns a todas as partes da criação, pequenas ou grandes. Cada uma delas recebe dessa abundância conforme o limite do seu desejo de receber, e é esse limite que define cada indivíduo e unidade.
Assim, provei de forma evidente — de uma perspetiva puramente científica — o eu (ego) de cada indivíduo através de um método científico e completamente à prova de críticas, mesmo segundo o sistema dos fanáticos materialistas automáticos. A partir de agora, não precisamos mais desses métodos frágeis impregnados de metafísica.
E, naturalmente, não faz diferença se esta força do desejo de receber é um resultado e fruto da matéria que a produziu através da química, ou se a matéria é um resultado e fruto dessa força. Isto porque sabemos que o principal é que apenas esta força, impressa em cada ser e átomo do desejo de receber, dentro dos seus limites, é a unidade pela ele qual se separa e distingue do seu ambiente. Isto aplica-se tanto a um único átomo como a um grupo de átomos, denominado “corpo”.
Todas os outros discernimentos que excedem essa força não estão de forma alguma relacionados com essa partícula ou grupo de partículas, no que diz respeito a si mesmos, mas apenas no que diz respeito ao todo, que é a abundância que expande do Criador, comum a todas as partes da criação em conjunto, sem distinção de corpos criados específicos.
Agora compreendemos a questão da liberdade do indivíduo, de acordo com a definição do primeiro fator, que denominamos de “origem”, onde todas as gerações anteriores, que são os pais e antepassados desse indivíduo, imprimiram a sua natureza. Como esclarecemos, o significado da palavra “indivíduo” resume-se aos limites do desejo de receber, impressos no seu grupo de moléculas.
Assim, vemos que todas as tendências herdadas dos seus antepassados não são mais do que limites do seu desejo de receber, relacionadas ou com a sua força de atração, ou com a força de rejeição, que nos aparecem como tendências à avareza ou à generosidade, uma tendência para socializar ou ser eremita, e assim por diante.
Por esta razão, essas tendências são verdadeiramente o seu eu (ego), lutando pela sua existência. Assim, se erradicarmos até mesmo uma única tendência desse indivíduo, seremos considerados como se estivéssemos a cortar um órgão verdadeiro da sua essência. É também considerado uma perda genuína para toda a criação, já que não há outro igual, nem haverá alguém como ele em todo o mundo.
Depois de termos esclarecido a fundo o direito legítimo do indivíduo segundo as leis naturais, vejamos como é prático, sem comprometer a teoria da ética e da governação. E, mais importante: como este direito é aplicado pela nossa sagrada Torá.


Discussão Aberta

Qual é a sua impressão da ênfase de Baal HaSulam no método científico?

Qual é o seu entendimento do conceito de "desejo de receber" sendo "existência a partir da ausência"?

Como pode o " desejo de receber" ser tanto uma "força atractiva" quanto uma "força repulsiva" de acordo com o texto que acabámos de ler?


Os Princípios de Conexão no Grupo Cabalístico


Perguntas para Workshop

1) Partilhe o que faz com que o nosso ambiente especial para si.

2) Escolha um princípio dos que discutimos na aula com o qual se identifique pessoalmente. 

3) Com base no que aprendemos, de que forma alguém podemos "comprar um amigo"? E que ações podem os amigos fazer que possam "comprar" o apoio deles para alcançar o seu objetivo?

4) O que podemos fazer esta semana para aumentar a importância do objetivo espiritual aos nossos olhos?


Até Amanhã!