Lição Encontro Local #34 - Continuação do Curso Prático num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Encontro Local #34 - Continuação do Curso Prático num Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Esta semana, continuamos o estudo a partir de textos cabalísticos autênticos em grupo, particularmente a sétima semana em "A Liberdade" por Rav Yehuda Leib Ha-Levi Ashlag (Baal HaSulam). Além disso, estamos a analisar e a trabalhar os tópicos discutidos no "Prático num Grupo Cabalístico".

Conteúdo da Lição
Materiais

Na primeira parte da reunião local, vamos voltar novamente a um ponto chave do artigo: 

A Liberdade do Indivíduo

Na segunda parte, trabalharemos um tema central no "Prático num Grupo Cabalístico" na quarta-feira:

Os Princípios de Conexão no Grupo Cabalístico

Reunião Local


"A Liberdade"

Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam

A Liberdade do Indivíduo

Agora chegámos a uma compreensão completa e precisa da liberdade do indivíduo. Contudo, isto relaciona-se apenas com o fator primário, a origem, que é a substância inicial de cada pessoa, ou seja, todas as características que herdamos dos nossos pais e antepassados e que nos diferenciam uns dos outros.
Isto porque, mesmo quando milhares de pessoas partilham o mesmo ambiente, de tal forma que os outros três fatores as afetam de forma igual, não se encontram duas pessoas que partilhem sequer um único atributo. Isto porque cada uma tem a sua própria e única origem. É como a origem do trigo: embora mude significativamente pelos três últimos fatores, mantém ainda a forma preliminar de trigo e nunca vai assumir a forma de outra espécie.


A Forma Geral do Progenitor Nunca Se Perde

Assim, cada “origem” que abandonou a forma preliminar do progenitor e assumiu uma nova forma como resultado dos três fatores que foram acrescentados e que a alteraram significativamente, mantém, ainda assim, a forma geral do progenitor. Esta nunca vai assumir a forma de outra pessoa que lhe seja semelhante, tal como a aveia nunca se vai assemelhar ao trigo.
Isto deve-se ao facto de que cada origem possui uma sequência longa de gerações, composta por várias centenas de gerações, e a origem inclui os conceitos de todas elas. No entanto, estes não se revelam nela da mesma forma como surgiram nos antepassados, ou seja, sob a forma de ideias, mas apenas como formas abstratas. Assim, existem nele enquanto forças abstratas, designadas por “tendências,” “natureza” e “instintos,” sem que haja conhecimento do motivo ou razão para as suas ações. Desta forma, nunca poderá haver duas pessoas com o mesmo atributo.


A Necessidade de Preservar a Liberdade do Indivíduo

Saiba que esta é a única posse verdadeira do indivíduo, que não deve ser prejudicada ou alterada. Isto porque o objetivo final de todas essas tendências, incluídas na origem, é materializar-se e assumir a forma de conceitos quando o indivíduo cresce e adquire conhecimento, como resultado da lei da evolução que governa essa cadeia e a impulsiona constantemente para a frente, como explicado no artigo “A Paz.” Aprendemos também que cada tendência está destinada a transformar-se num conceito sublime e de importância imensurável.
Assim, quem elimina uma tendência de um indivíduo e a extirpa causa a perda desse conceito sublime e maravilhoso, destinado a surgir no final da cadeia, pois tal tendência nunca mais surgirá em qualquer outro corpo. Por conseguinte, devemos compreender que, quando uma tendência específica assume a forma de um conceito, já não pode ser distinguida como boa ou má. Estas distinções são reconhecidas apenas enquanto ainda são tendências ou conceitos imaturos e de modo algum quando assumem a forma de conceitos reais, como será detalhadamente explicado nos ensaios seguintes.
Do que foi dito acima, aprendemos que terrível erro infligem aquelas nações que impõem o seu domínio sobre minorias, privando-as de liberdade e impedindo-as de viver de acordo com as tendências que herdaram dos seus antepassados. Estas nações são consideradas nada menos do que assassinas.
Mesmo aqueles que não acreditam em religião ou numa orientação com propósito podem compreender a necessidade de preservar a liberdade do indivíduo, observando os sistemas da natureza. Vemos como todas as nações que alguma vez caíram, ao longo das gerações, o fizeram devido à opressão de minorias e indivíduos, que, por isso, se rebelaram e as arruinaram. É, portanto, claro para todos que a paz não pode existir no mundo a menos que consideremos a liberdade do indivíduo. Sem ela, a paz não será sustentável, e a ruína vai prevalecer.
Assim, definimos claramente a essência do indivíduo com a máxima precisão, após a dedução de tudo o que ele retira do público. Contudo, agora enfrentamos uma questão: “Onde está, afinal, o próprio indivíduo?” Tudo o que dissemos até agora sobre o indivíduo é percebido apenas como propriedade herdada dos seus antepassados. Mas onde está o indivíduo propriamente dito, o herdeiro e portador dessa propriedade, que exige a proteção do seu património?
De tudo o que foi dito até aqui, ainda não identificamos o ponto do "eu" no homem, que se apresenta como uma unidade independente. E por que precisamos do primeiro fator, que é uma longa cadeia de milhares de pessoas, sucessivas, de geração em geração, com a qual estabelecemos a imagem do indivíduo como herdeiro? E por que precisamos dos outros três fatores, que são os milhares de pessoas contemporâneas? No fim, cada indivíduo não passa de uma máquina pública, sempre pronta a servir o público conforme este determine.
Ou seja, ele tornou-se subordinado a dois tipos de público: do ponto de vista do primeiro fator, tornou-se subordinado a um grande público das gerações passadas, alinhadas uma após a outra; do ponto de vista dos três outros fatores, tornou-se subordinado ao seu público contemporâneo.
Esta é, de facto, uma questão universal. Por esta razão, muitos se opõem ao método natural acima exposto. Embora conheçam profundamente a sua validade, escolhem, em vez disso, métodos metafísicos, dualistas ou transcendentalistas para se representarem num objeto espiritual que habita no corpo, como a alma do homem. Essa alma seria o que ensina e opera o corpo, constituindo a essência e o “eu” do homem.
Talvez estas interpretações possam tranquilizar a mente, mas o problema é que elas não possuem solução científica para explicar como um objeto espiritual pode ter contacto com os átomos físicos do corpo para o colocar em movimento. Toda a sua sabedoria e investigação não os ajudaram a encontrar uma ponte suficiente para cruzar o vasto e profundo fosso entre a entidade espiritual e o átomo corpóreo. Assim, a ciência não ganhou nada com todos esses métodos metafísicos.


Discussão Aberta

"Por que precisamos dos outros três fatores, que são os milhares de pessoas posicionadas lado a lado na mesma geração?"

Qual é a sua impressão sobre a ênfase de Baal HaSulam na singularidade do indivíduo?

Como entendeu "cada tendência está destinada a transformar-se num conceito sublime e de importância imensurável"?

Após a leitura acima, como entendeu "a necessidade de preservar a liberdade do indivíduo"?


Clips


Os Princípios de conexão Num Grupo Cabalístico


Perguntas para Workshop

1) Vamos partilhar nossa apreciação por ter encontrado uma sociedade que deseja alcançar o objetivo sublime de doação ao Criador.

2) Como é que as suas observações ao longo do curso o aproximaram dos princípios ensinados e do objetivo?

3) Qual é a sua impressão acerca de manter uma estrutura enquanto uma ajuda importante no desenvolvimento espiritual?


Até Domingo!