Lição Encontro Local #33 - Continuação do Curso Prático de Cabala - Trabalho no Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Encontro Local #33 - Continuação do Curso Prático de Cabala - Trabalho no Grupo Cabalístico e artigo "A Liberdade"

Esta semana, continuamos o estudo a partir de textos cabalísticos autênticos em grupo, particularmente a sexta semana sobre o Artigo "A Liberdade" de Rabino Yehuda Leib Ha-Levi Ashlag (Baal HaSulam). Além disso, vamos rever e trabalhar em grupo os tópicos discutidos no "Curso Prático no Grupo Cabalístico".

Conteúdo da Lição
Materiais

https://kabbalah.academy/pt/library/sources/articles/852/Na primeira parte da reunião local, voltaremos a um ponto-chave do artigo: 

A Nossa Liberdade em Escolher o Ambiente

Na segunda parte, trabalharemos um tema central no "Curso Prático no Grupo Cabalístico" na quarta-feira:

Relativamente à Importância dos Amigos

Encontro Local

"A Liberdade"


"A Liberdade"

Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam

A Necessidade de Escolher um Bom Ambiente

Agora podemos compreender as palavras do Rabi Yosi Ben Kisma (Avot, Capítulo 6), que respondeu a uma pessoa que lhe ofereceu em troca de viver na sua cidade, milhões de moedas de ouro: “Mesmo que me dês todo o ouro, prata e joias do mundo, eu só viverei num lugar de Torá.” Estas palavras parecem inconcebíveis ao nosso intelecto limitado, pois como poderia ele renunciar a milhões de moedas de ouro por algo aparentemente tão pequeno como viver num lugar onde não há discípulos de Torá, sendo ele próprio um grande sábio que não precisava aprender de ninguém? De facto, um mistério.
Mas, como vimos, é algo simples e que deve ser observado por cada um de nós. Embora cada pessoa tenha a sua própria origem, as forças revelam-se abertamente apenas através do ambiente em que se encontra. À semelhança do trigo semeado no solo, cujas forças se tornam evidentes apenas através do ambiente, que inclui o solo, a chuva e a luz do sol.
Assim, o Rabino Yosi Ben Kisma assumiu corretamente que, se deixasse o bom ambiente que escolhera e caísse num ambiente prejudicial numa cidade sem Torá, não só os seus conceitos anteriores seriam comprometidos, mas todas as outras forças ocultas na sua origem, que ainda não revelara em ação, permaneceriam escondidas. Isto porque não estariam sujeitas ao ambiente certo, capaz de as ativar.
E, como esclarecemos acima, só na escolha do ambiente se mede a soberania do homem sobre si mesmo, e por isso ele deve receber recompensa ou castigo. Por conseguinte, não devemos estranhar que um sábio como o Rabino Yosi Ben Kisma tenha escolhido o bem e recusado o mal, não se deixando seduzir por coisas materiais ou corpóreas, como ele próprio deduz: “Quando se morre, não se leva consigo prata, ouro ou joias, mas apenas a Torá e as boas ações.”
Assim, os nossos sábios advertiram: “Faz para ti um Rav e compra para ti um amigo.” E há também a escolha dos livros, como mencionámos, pois apenas nisso alguém é repreendido ou elogiado — na sua escolha do ambiente. Mas, uma vez escolhido o ambiente, a pessoa encontra-se nas suas mãos, como o barro nas mãos do oleiro.


O Controlo do intelecto sobre o Corpo

Alguns sábios contemporâneos, ao contemplarem esta questão e perceberem que o intelecto humano não é mais do que um fruto que cresce a partir dos acontecimentos da vida, concluíram que o intelecto não tem qualquer controlo sobre o corpo. Pelo contrário, apenas os acontecimentos da vida, gravados nos tendões físicos do cérebro, controlam e ativam o homem. O intelecto humano é como um espelho que reflete as formas à sua frente. Embora o espelho seja portador dessas formas, não pode ativar ou mover as formas nele refletidas.
Assim é o intelecto. Apesar de os acontecimentos da vida, em todas as suas formas de causa e efeito, serem vistos e reconhecidos pela mente, esta é completamente incapaz de controlar o corpo, de o colocar em movimento, ou seja, de o aproximar do bem ou afastá-lo do mal. Isto porque o espiritual e o físico estão totalmente distantes um do outro, e não existe um dispositivo intermédio que permita ao intelecto espiritual ativar e operar o corpo físico, como já foi amplamente discutido.
Mas, onde há sabedoria, há inquietação. A imaginação do homem utiliza o intelecto assim como o microscópio serve os olhos: sem o microscópio, não veríamos nada prejudicial devido à sua pequenez. Mas, ao ver o elemento nocivo através do microscópio, afastamo-nos dele.
Assim, é o microscópio que leva o homem a afastar-se do perigo, e não o senso, pois este não detetou o causador do dano. E, nesse sentido, o intelecto controla completamente o corpo do homem, afastando-o do mal e aproximando-o do bem. Assim, em todas as situações em que o corpo falha em reconhecer o que é benéfico ou prejudicial, precisa apenas do entendimento do intelecto.
Além disso, dado que o homem conhece o seu intelecto, que é um verdadeiro resultado dos acontecimentos da vida, pode, assim, receber conhecimento e compreensão de uma pessoa de confiança e aceitá-los como lei, mesmo que os acontecimentos da sua vida ainda não lhe tenham revelado esses conceitos. É como uma pessoa que pede o conselho de um médico e o segue, mesmo que nada entenda por si própria. Assim, utilizamos a mente dos outros tanto quanto utilizamos a nossa.
Como já esclarecemos, existem duas formas de a Providência assegurar que o homem alcance o bem, o objetivo final: o caminho do sofrimento e o caminho da Torá. Toda a clareza no caminho da Torá deriva disto. Pois estas conceções claras, que foram reveladas e reconhecidas após uma longa cadeia de acontecimentos na vida dos profetas e homens de Deus, permitem a um homem utilizá-las plenamente e beneficiar delas, como se fossem acontecimentos da sua própria vida. Assim, vemos que alguém é poupado a todas as provações que teria de enfrentar para desenvolver essa conclusão clara por si próprio. Assim, poupa-se tempo e sofrimento.
Isto pode ser comparado a um doente que se recusa a seguir as ordens do médico antes de compreender por si próprio como é que esses conselhos o vão curar, começando, por isso, a estudar medicina por conta própria. Ele pode morrer da sua doença antes de aprender medicina.
O mesmo se passa com o caminho do sofrimento em comparação com o caminho da Torá. Aquele que não acredita nos conceitos que a Torá e a profecia lhe aconselham a aceitar sem autocompreensão deve chegar a esses conceitos por si mesmo, seguindo a cadeia de causa e efeito dos acontecimentos da vida. Estas experiências aceleram grandemente e podem desenvolver o sentido de reconhecimento do mal nelas, como vimos, sem livre escolha, mas por causa dos esforços para adquirir um bom ambiente, que conduza a esses pensamentos e ações.


Discussão Aberta

De acordo com o seu entendimento, como podemos escolher o nosso ambiente?

Como tem tentado construir para si um ambiente espiritual?


RABASH, Artigo N.º 17 - "Relativamente à Importância dos Amigos" >>


Perguntas do Workshop

1) De acordo com o seu entendimento, o que é "unidade" entre amigos?

2) Como podemos aumentar a importância dos amigos no nosso ambiente espiritual?


Até Amanhã, ou até Domingo!